O Ministério Público recomendou que a Prefeitura de Gurupi, na região sul do estado, intensifique as medias de combate à pandemia de coronavírus na cidade e adote um lockdown das atividades não essenciais e fluxo de pessoas. De acordo com o MPE, a cidade teve um aumento de 100% no número de diagnósticos no mês de julho e há o risco de colapso da saúde pública na cidade.
Gurupi está entre as cidades mais afetadas pela Covid-19 no Tocantins. Das 18.354 pessoas infectadas no estado, 614 foram diagnosticados em Gurupi, segundo o Boletim Epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde nesta terça-feira (21).
O MPE afirmou ainda que a situação na cidade é agravada por causa da pouca capacidade da rede pública em atender os pacientes que desenvolvam formas graves da doença. O Hospital Regional de Gurupi chegou a ficar alguns dias da última semana com 100% da taxa de ocupação dos leitos de UTI.
Um levantamento feito pela promotoria apontou que Gurupi teve mais de 100% de aumento nos casos de Covid-19 entre os dias 1º a 20 de julho. Além disso, dos oito pacientes internados nos leitos de UTI do Hospital Regional, quatro são da própria cidade.
Gurupi também tem sete mortes de pessoas que estavam com a doença. "Existe um sentimento de falsa normalidade, que é comprovado pela aglomeração de pessoas nas calçadas, praças, bares, bancos e demais estabelecimentos comerciais, além de muitos que se deslocam para acampamentos na beira dos rios da região", disse o promotor.
O MPE recomendou que o município suspenda as atividades não essenciais. Caso essa medida não surta efeito foi recomendado que a prefeitura avalie um bloqueio total por 15 dias.
Recomendou também que o município aumente a fiscalização para garantir o cumprimento das normas restritivas, além da realização de ações educativas e advertências sobre a necessidade de evitar aglomerações.
O Comitê Gestor compreende as razões da recomendação do MPE ao tempo que reafirma que todas as sugestões apresentadas ao chefe do executivo foram precedidas de amplo debate dos profissionais de saúde e representações dos vários atores sociais e econômicos da Capital da Amizade.
Informou que as pautas das reuniões sempre foram orientadas sob o viés da preservação da atividade econômica e da vida humana.
"Atribuir ao município a conta por eventual colapso da rede de saúde não guarda correlação com a tessitura normativa que orienta a divisão de funções do Sistema Único de Saúde que atribui ao Estado do Tocantins o dever de proporcionar leitos de UTI aos munícipes de Gurupi e Região Sul", diz nota do município.
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