José Carlos Peres não é mais presidente do Santos. O cartola estava afastado desde o dia 28 de setembro, quando a abertura do processo de impeachment foi aprovado pelo Conselho Deliberativo, agora, neste domingo (28), os sócios do Peixe consumaram o impedimento de Peres, com 1005 votos a favor, 69 contra e quatro abstenções.
A Assembleia Extraordinária de Sócios aconteceu no Ginásio Athiê Jorge Cury, quadra de futebol localizada dentro do estádio Urbano Caldeira, entre 10h e 18h, e, diferentemente do pleito eleitoral previsto para o dia 12 de dezembro, não teve urnas instaladas na sede da Federação Paulista de Futebol, na cidade de São Paulo, nem voto à distância, uma novidade no Estatuto Social do Peixe.
A parte da manhã foi mais movimentada, com fluxo intenso de pessoas, filas e, entre 12h e 12h45, manifestação de uma das torcidas uniformizadas santistas na frente da Vila Belmiro pedindo o impeachment de José Carlos Peres.
O agora ex-presidente não compareceu ao local, diferentemente do mandatário em exercício, Orlando Rollo, vice de Peres, mas rompido desde os primeiros meses de mandato, em 2018, que foi ao estádio santista.
O gestor foi desligado do cargo após o Conselho Fiscal apontar gestão temerária e reprovar as contas do Santos em 2019, alegando, dentre outras coisas, uso inadequado do cartão corporativo e repasse não registrado de comissão ao empresário Renato Duprat na venda do atacante Bruno Henrique ao Flamengo. O parecer foi levado a Comissão de Inquérito e Sindicância e aprovado pelo Conselho Deliberativo.
Com o resultado das urnas, Peres se torna o primeiro presidente do Santos FC a ser impichado. Ele já havia sido o pioneiro entre os gestores brasileiros a ser afastado da presidência através das diretrizes do Profut, programa de refinanciamento de dívidas das equipes brasileiras aplicado estatutariamente no Peixe no fim de 2019.
Esse foi o segundo processo de impedimento que Peres passou, durante os seus menos de três anos de mandato. O primeiro aconteceu em setembro de 2018, após alegação do Conselho Deliberativo de participação do ex-presidente em uma empresa de agenciamento de atletas, o que é vetado pelo Estatuto Social. O impeachment passou pelos conselheiros, mas à época não havia a previsão de afastamento e José Carlos acabou "se salvando" através dos sócios, que optaram, em sua maioria simples, serem contrários ao desligamento do cartola do clube.
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