O secretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, disse hoje (12) que as vacinas se esgotaram na cidade antes do previsto por causa do grande volume de moradores de municípios vizinhos que procuraram o Rio para se imunizar contra a covid-19.
A prefeitura carioca havia anunciado, no início da semana, que tinha estoque de vacinas para atender pessoas com 75 anos, o que aconteceria hoje e amanhã (13), segundo o calendário divulgado. No entanto, ontem (11), a Secretaria Municipal de Saúde informou que só há doses suficientes para quem tem 76 anos ou mais. Por isso, o calendário foi suspenso.
Segundo o secretário, pelo menos 42 mil pessoas das cerca de 470 mil vacinadas vieram de municípios como Duque de Caxias, Nova Iguaçu e Niterói. Nos últimos dois dias, por exemplo, a prefeitura esperava vacinar 25 mil pessoas, mas teve que aplicar a dose para 38,6 mil pacientes.
“Inicialmente, a gente achou que era um erro de planejamento, que a gente tinha um grupo de pessoas nessa faixa etária maior do que se esperava. E hoje a gente viu que não era isso. São 42 mil pacientes que foram vacinados de outros municípios. A migração ocorreu porque o Rio de Janeiro está com uma faixa etária mais baixa na vacinação”, disse Soranz.
A seguir, ele explicou que será preciso um replanejamento de todos os municípios da região metropolitana, visando elaborar um calendário único de vacinação e evitar a migração de uma cidade para outra. Afirmou que, como o Sistema Único de Saúde é público e universal, não faz sentido pedir comprovante de residência de quem deseja ser imunizado.
Caso isso não ocorra, será preciso, a partir de agora, considerar essa migração na elaboração dos próximos calendários. “Agora, é necessário, para fins de planejamento, que a gente consiga estimar quantas pessoas virão de outros municípios para essa vacinação”.
O secretário informou, ainda, que a cidade recebeu um número de doses menor do que estimado e espera ter, na próxima semana, uma nova remessa de doses do Ministério da Saúde e do governo do estado, para que o Rio possa elaborar o novo calendário.
Soranz destacou, ainda, a necessidade de a população evitar aglomerações, tendo em vista a alta taxa de ocupação de leitos na cidade. Os leitos de tratamento intensivo, por exemplo, estão com ocupação de mais de 90%. As internações por covid-19 chegam a cerca de mil no município.
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