Após reunião na noite de ontem com sindicatos dos motoristas e cobradores de ônibus para discutir a prioridade na campanha de vacinação contra a covid-19, o governador de São Paulo, João Doria, anunciou hoje (20) que a categoria começará a ser vacinada em todo o estado a partir do dia 18 de maio.
Os sindicatos dos trabalhadores do transporte público de São Paulo haviam anunciado uma greve sanitária para hoje (21), cobrando por prioridade na vacinação contra a covid-19 por se tratar de um trabalho essencial. Metroviários e ferroviários, no entanto, desistiram de fazer a greve após o governo ter anunciado que iria começar a vaciná-los a partir do dia 11 de maio. Esse público soma cerca de 10 mil pessoas.
Mas os motoristas e cobradores de ônibus não haviam sido incluídos nessa medida e continuaram a pressionar o governo, ameaçando fazer a greve e um protesto na Avenida Paulista. Com isso, na noite de ontem (19), o governo convocou os sindicatos representantes da categoria para uma reunião no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, e assumiu o compromisso de inclui-los como grupo prioritário na campanha de vacinação.
A greve foi então suspensa e a vacinação dos motoristas e cobradores de ônibus municipais e intermunicipais foi anunciada para iniciar no dia 18 de maio. A previsão do governo é vacinar cerca de 165 mil desses profissionais.
O governo paulista também anunciou, na entrevista coletiva de hoje, o início da vacinação para algumas pessoas que apresentam comorbidades. Serão incluídas, nessa primeira etapa, as pessoas que têm maior risco de apresentar um quadro grave caso sejam infectadas pelo novo coronavírus. Nesse primeiro grupo, serão vacinadas as pessoas com síndrome de Down, pacientes renais em diálise e pacientes transplantados imunossuprimidos com idades entre 18 e 59 anos. Esse grupo começará a ser vacinado a partir do dia 10 de maio.
Com isso, o governo paulista espera vacinar 50 mil pessoas com síndrome de Down que tem entre 18 e 59 anos, 40 mil pacientes renais em diálise e 30 mil transplantados imunossuprimidos.
Segundo Regiane de Paula, coordenadora geral do programa estadual de imunização de São Paulo, o cronograma de vacinação a partir do mês de maio será cumprido caso sejam enviadas doses de novas vacinas pelo governo federal. “Não temos ainda a certeza de um cronograma a partir do mês de maio, mas estamos sim contando que a Fiocruz [responsável pela fabricação da vacina de Oxford/AstraZeneca] entregará suas vacinas”.
Além desses novos anúncios, o governo paulista anunciou também a antecipação da vacinação para pessoas com 64 anos. Esse grupo começará a ser vacinado a partir desta quinta-feira (23). Amanhã (21) começa a vacinação do grupo entre 65-66 anos.
A campanha de vacinação contra a covid-19 teve início no dia 17 de janeiro em São Paulo, com a aplicação de doses em profissionais da área da saúde, indígenas e quilombolas. No dia 8 de fevereiro, as doses começaram a ser aplicadas em idosos. Essa vacinação ocorre de forma gradual e decrescente.
O estado também começou a vacinar profissionais da área de segurança e da educação. Na primeira semana de abril teve início a vacinação de agentes de segurança pública e, no dia 12 de abril, começou a vacinação de professores e outros profissionais da área da educação com idade acima de 47 anos.
Quanto à vacinação de mulheres grávidas, o secretário estadual da saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, informou que serão vacinadas, neste momento, apenas aquelas que fazem parte do grupos prioritários, como trabalhadoras da área da saúde, educação [neste caso, somente para pessoas com mais de 47 anos] ou segurança pública.
“A vacinação para as grávidas que estejam elencadas nos grupos prioritários, da saúde, da educação com mais de 47 anos, e também na segurança pública, são pessoas que estão autorizadas [a tomar o imunizante], sejam elas grávidas ou puérperas. Essas pessoas estarão elegíveis nesse momento. Mas pode ser que nos próximos dias, por determinação do Ministério da Saúde, isso seja ampliado para todas as grávidas, independente de faixa etária. Mas nesse momento será elencado [para vacinação] apenas mulheres grávidas de grupos prioritários. Importante salientar que mulheres grávidas deverão estar levando uma declaração, um relatório médico, autorizando que elas recebam o imunizante”, disse o secretário.
Para ser atendido mais rapidamente, o governo recomenda fazer o pré-cadastro no site VacinaJá, que diminui o tempo de espera no momento da vacinação. O pré-cadastro não é obrigatório, e os cidadãos que não puderem preenchê-lo poderão se vacinar normalmente, informando seus dados presencialmente no momento da vacinação.
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