“Graças à Deus, a Ana Laura foi atendida com duas cirurgias, a primeira logo que nasceu, por uma questão de vida ou morte e agora por uma melhora na qualidade de vida dela. Estamos muito felizes por tudo ter ocorrido bem. Estou sem palavras para descrever a atenção que recebemos”. O depoimento é da lavradora Marilene Martins da Silva, responsável pela pequena Ana Laura Rodrigues, uma das 102 crianças atendidas com procedimentos cardíacos pediátricos no Tocantins, pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A emoção de Marilene é compartilhada por Aline Apijané, mãe da pequena Alice que teve o marca-passo trocado em cirurgia de urgência ao ser acolhida no HMA e a vida salva graças à agilidade no atendimento. “Foi um grande susto, mas acabou tudo bem. Os médicos conseguiram trabalhar rápido e salvar a vida da minha filha. Tenho nem palavras para agradecer”, afirmou.
A agilidade no atendimento citada por Aline, segundo o titular da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Dr. Edgar Tollini é o diferencial neste tipo de serviço. “Ficamos felizes em poder atender estas famílias com um serviço de qualidade e com a agilidade necessária. Antes tínhamos que transferir pacientes para Goiás, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo. Além de gastos excessivos, demandava muito tempo, que em muitos casos eram determinantes no sucesso dos procedimentos, sem falar que tirávamos o conforto das famílias em permanecerem longe de casa”, afirmou o gestor.
O conforto elencado pelo secretário foi exemplificado por Marilene Martins. “Na primeira cirurgia da Ana Laura, era um tipo que não é feito no Tocantins, então tivemos que ir para Minas Gerais, a viagem é cansativa e está em lugar que a gente não conhece nada é um pouco ruim. Agora fizemos em Araguaína, bem pertinho de casa. Isso fez toda diferença”, declarou, acrescentando que reside em Miranorte do Tocantins.
Além da comodidade das famílias, há a economicidade nos gastos como explica o responsável técnico pelos estudos estatísticos, do Centro de Informações e Decisões Estratégicas em Saúde (Integra Saúde), da SES, Ullannes Passos Rios. “Entre o custo da própria cirurgia, transporte aéreo e o TDF, cada paciente infantil custava em média, R$ 300 mil reais. Se, hipoteticamente, as 100 cirurgias houvessem sido feitas fora do Estado, o gasto teria sido R$ 30 milhões. Como se gastou aproximadamente R$ 8 milhões, a economia foi de 72%”, explicou.
O coordenador dos serviços, de cirurgias pediátricas no Hospital Municipal de Araguaína (HMA), Márcio Miranda, que atua pela Organização Social Instituto Saúde e Cidadania (Isac), empresa contratada para a prestação dos serviços especializados falou sobre o pionierismo tocantinense. “É importante pensar que há dois anos o Estado não tinha este serviço e que começou de uma forma pujante e pioneira. Não são todos os estados da região norte, que oferecem, apenas Belém (PA), que é uma capital e Araguaína, uma cidade do interior do Tocantins. Para as famílias é um ganho importante, porque fazer o tratamento dos filhos no próprio Estado diminui o custo financeiro e a quebra de laços afetivos. Além disso, o hospital mostra sua liderança como unidade de alta complexidade e com certeza já é conhecido no país”, pontuou.
Grupo seleto
Na Região Norte do País, o Tocantins e o Pará são os únicos estados que fazem parte do seleto grupo que oferece cirurgias cardíacas neonatais e pediátricas em caráter eletivo e de urgência, no país. Desde setembro de 2019 o Estado realiza cirurgias cardíacas neonatais e pediátricas em caráter eletivo e de urgência, hemodinâmicas, diagnósticas, de primeiro tempo e híbridas, utilizando as estruturas do HMA, Hospital Dom Orione (HDO) e Hospital Geral de Palmas (HGP).
Números
Desde setembro de 2019 o Tocantins já realizou 66 cirurgias cardíacas neonatais e pediátricas, sendo 11, em 2019; 42, em 2020; e 13 já em 2021.
No Tocantins, também já foram realizados 36 cateterismos cardíacos pediátricos (diagnóstico e terapêutico), sendo 25, em 2020 e 11, em 2021.
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