Com o aumento de casos e internações por covid-19, o governo de São Paulo decidiu estender por mais duas semanas a chamada fase de transição e prorrogar também o toque de recolher, das 21h as 5h em todo o estado.
Nesta fase, em vigor desde 18 de abril, comércio e serviços podem funcionar das 6h as 21h com 40% de ocupação. Em princípio, a cidade permaneceria assim por apenas duas semanas, mas, com o crescimento no número de casos de covid-19, a transição foi prorrogada novamente, desta vez até o dia 14 de junho.
A prorrogação interrompeu a ideia inicial do governo paulista de entrar em uma nova fase a partir do dia 1º de junho, quando seria ampliada a capacidade de atendimento para 60% e o horário de funcionamento até as 22h, conforme havia sido anunciado na semana passada. “A flexibilização que estava programada deixou de acontecer”, disse o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn.
O Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo informou que o estado vem observando, principalmente nas últimas duas semanas, um aumento no número de casos e de internações por covid-19. Segundo o Centro de Contingência, esse aumento deve prosseguir nas próximas semanas.
“As projeções indicam que teremos recrudescimento nas próximas semanas. Mas a partir da segunda quinzena de junho teremos melhora progressiva nos indicadores principais”, afirmou o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus, Paulo Menezes.
Na semana passada, o estado de São Paulo apresentou aumento de 8,3% no número de novos casos, que passaram de uma média móvel de 12.573 por dia para 13.615 por dia na semana passada. Já o número de internações passou de uma média móvel de 2.303 por dia para 2.483 na semana passada. O número de novos óbitos também cresceu na semana passada, passando de uma média de 478 para 500 registros por dia.
Para tentar controlar a pandemia, o governo de São Paulo diz que vai aumentar a testagem. Segundo o governador João Doria, o governo já adquiriu 1 milhão de testes rápidos que serão distribuídos aos 645 municípios do estado. A intenção é que a testagem seja ampliada e que os municípios consigam monitorar e isolar os novos casos de coronavírus.
O governo pretende fazer 10 eventos-testes entre os dias 15 de junho e 30 de julho, que vão ajudar a definir regras para o setor de eventos, um dos mais afetados pela pandemia. Segundo o governo, os eventos vão ocorrer em ambiente controlado, com testagem de participantes e equipe e acompanhamento pós-evento.
“Os eventos serão realizados com limitação de público e testagem rápida dos participantes. Isso já foi realizado em outros países, em iniciativa semelhante, e aqui vamos fazer de forma segura, controlada e com testagem rápida”, disse Doria.
A iniciativa será feita em duas feiras de economia criativa – incluindo uma que reunirá artesãos, uma feira corporativa, quatro festas sociais [sendo pelo menos um casamento e um jantar corporativo] e três eventos noturnos.
Os testes utilizados serão de antígeno, com resultado imediato, e com sensibilidade parecida com a do teste RT-PCR.
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