Em pronunciamento nesta quinta-feira (18), o senador Dário Berger (MDB-SC) manifestou preocupação com a situação do Brasil, com inflação fora de controle, juros elevados, rombo nas contas públicas e irresponsabilidade fiscal do governo. O senador observou que um cenário desse tipo inibe investimentos e, consequentemente, gera impactos na produção, no comércio, na geração de emprego e na arrecadação de impostos.
— Resta-nos o gosto amargo pelo fracasso. Os tempos do crescimento econômico, do milagre econômico, cederam lugar ao desemprego aberto. Hoje, estima-se que mais de 30 milhões de brasileiros vivem na miséria. Isso é inaceitável num país como o Brasil, continental, clima tropical, com uma capacidade tecnológica de produção de alimentos e de causar inveja a qualquer país do mundo. E nós temos de observar milhões de brasileiros com a geladeira vazia, passando fome, passando necessidade? — questionou.
Dário Berger lembrou ainda que, enquanto o país sofre com a situação econômica, persistem sem solução problemas como o elevado número de pessoas sem acesso à água tratada. O parlamentar ressaltou que há 35 milhões de brasileiros estão nessa condição e outros 100 milhões não dispõem de rede de tratamento de esgoto.
E a situação das famílias fica ainda pior, acrescentou o senador, se a esse cenário for acrescentado o fato de os juros ao consumidor ter ultrapassado os 300% ao ano.
— Se agora em novembro eu precisar de R$1.000,00 no cartão de crédito, em dezembro do ano que vem eu pagarei, pelo valor de R$1.000,00, R$4.361,00.[...] Isso aí é um deboche com o povo brasileiro, isso é um absurdo, isso é inaceitável. Nós temos de reagir a essa situação, conclamou.
Dário Berger também pediu explicação sobre as denúncias relacionadas ao Orçamento secreto, referente às emendas do relator-geral da lei orçamentária, conhecidas por RP9. Ele disse ser preciso investigar se algum senador foi beneficiário do direcionamento de recursos relativo a essas emendas.
— Nós estamos quase na metade do século 21. Nós somos a maior Casa legislativa do país. É a Casa revisora. É a Casa da ponderação, do equilíbrio, da serenidade. Nós, no atual estágio, convivermos com o Orçamento secreto é realmente uma excrescência que precisa ser eliminada do nosso dia a dia — declarou Dário Berger.
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