Em pronunciamento nesta quinta-feira (16), o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) disse estar preocupado com a possibilidade de a Câmara dos Deputados votar, "no apagar das luzes de 2021", o PL 442/1991, que legaliza os jogos de azar no país.
Apesar de os defensores da proposta alegarem que a liberação da prática no Brasil injetará R$ 74 bilhões na economia, estudos feitos em outros países revelam que o que acontece, na verdade, é que a receita e os empregos gerados por outros setores migram para essa atividade, afirmou Girão.
O senador citou estudo feito pelo economista Ricardo Gazel que aponta que, num cenário otimista, a arrecadação em impostos oriunda dos jogos de azar chegaria a R$ 1,4 bilhão, valor menor que os R$ 22 bilhões anunciados pelos que apoiam a legalização.
— Esse aparente ganho seria anulado pelos custos sociais, entre eles o da fiscalização, da saúde mental, segurança pública, entre outras, e que nunca são levados em conta pelos defensores — lembrou.
Eduardo Girão disse que também é falso o argumento de que a legalização dos jogos de azar vai impulsionar a atividade turística. O senador citou dados da Organização Mundial do Turismo que revela que, entre 1995 e 2019, o número de turistas estrangeiros cresceu 122% no mundo. Esse índice no Brasil foi maior, de 219%, mesmo sem a atividade liberada, lembrou ele.
— O mais grave é que, segundo especialistas da Polícia Federal, Procuradoria-Geral da República, Coaf e de órgãos ligados à Receita Federal, a jogatina legalizada é a grande porta para a lavagem de dinheiro sujo da sonegação fiscal, da corrupção, do tráfico de drogas e de armas. Sem falar na prostituição infanto-juvenil.
Por fim, Girão lembrou que o vício em jogos de azar pode afetar até 10 milhões de brasileiros, com efeitos cruéis como o aumento dos casos de suicídio e a destruição de famílias.
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