A Forbes noticiou recentemente que a consultoria Robert Half em parceria com o Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) divulgou uma pesquisa que mede e compara a motivação de homens e mulheres em todos os níveis hierárquicos quanto ao alcance de cargos de liderança.
O resultado mostrou que a média das respostas são praticamente iguais, mostrando que ambos os sexos têm as mesmas ambições e medos, ou seja, com isso, sabe-se que a pouca quantidade de mulheres em cargos de liderança não é resultado da falta de motivação. Então, o que explica a discrepante diferença entre homens e mulheres em cargos de liderança?
É sabido que algumas profissões e cargos têm mais presença masculina e vice-versa. Geralmente, mulheres são mais vistas em áreas ligadas ao cuidado, enquanto os homens ficam com as partes que exigem força ou operações matemáticas como nas áreas de engenharia e tecnologia. A prova disso está na publicação das Estatísticas de Gênero feita pelo IBGE que mostra a proporção de mulheres entre os matriculados em cursos de graduação.
O levantamento aponta que a área com maior predominância feminina é a de Bem-Estar com 88% das matrículas compostas por mulheres enquanto as áreas com menor representatividade feminina são respectivamente Engenharia e profissões correlatas com 21,6% e Computação e Tecnologias da Informação com 13,3%.
A área tech ainda prevalece como um universo majoritariamente masculino. Mesmo depois do crescimento de vagas relacionadas ao setor de TI após a pandemia, ainda é possível ver o abismo que há entre homens e mulheres. Gisele Zambrano, Product Owner da empresa Vsoft, afirma: “Existem empresas que prezam pela igualdade, mas infelizmente existem pessoas que não seguem o mesmo pensamento. Vejo o mercado de tecnologia muito eclético, mas que ainda precisa quebrar paradigmas”.
Se em cargos ocupados por mulheres há um déficit a ser combatido, quando afunila-se para cargos de liderança, a situação acirra-se ainda mais. Estatística divulgada pela Statista mostra que no período entre 2015 e 2021, o número de mulheres em cargos de diretoria em escala global foi de 12,5% para 22,5%, um aumento de 10%. O aumento pode parecer expressivo, no entanto mostra que a diferença entre homens e mulheres segue significativa.
Felizmente, algumas empresas de tecnologia estão enxergando esse cenário, seja através de oportunidades, direcionando vagas para mulheres, ou as promovendo a cargos de liderança. Um ponto importante a ser destacado é que não adianta receber mulheres se o ambiente de trabalho permanece o mesmo. É necessário que a mudança parta de dentro para fora, para que assim, outras mulheres se sintam confortáveis em ingressar no mercado tecnológico. Ana Rodrigues é uma das mulheres que atuam em empresas de tecnologia e possui cargo de líder. Ana iniciou suas atividades na empresa Vsoft como estagiária e em 2021 tornou-se a CFO da empresa e afirma que “o setor vem mudando ao longo do tempo, porém ainda é uma área onde vemos muitos homens, em todos os níveis”.
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