De acordo com a mais recente pesquisa do Gartner, Inc., líder mundial em pesquisa e aconselhamento para empresas, os trabalhadores de Tecnologia da Informação estão mais inclinados a deixar seus empregos do que os funcionários que exercem outras funções. O estudo indica uma intenção 10,2% menor de permanecer em suas posições em relação aos números de funcionários que não são da área de TI – essa é a menor entre todas as funções corporativas.
Globalmente, apenas 29,1% de trabalhadores de TI do mundo têm intenção de permanecer em seus empregos atuais. A média é menor quando analisamos os números da Ásia (19,6%), Austrália e Nova Zelândia (23,6%) e América Latina (26,9%). Mesmo na Europa, a região com melhor desempenho, apenas quatro em dez funcionários de TI (38,8%) possuem intenção de permanecer nas empresas que os empregam atualmente.Para preparar a pesquisa, o Gartner entrevistou 18.000 profissionais de todo o mundo no quarto trimestre de 2021, incluindo 1.755 funcionários do setor de tecnologia. As respostas foram coletadas em 40 países e em 15 línguas diferentes.
“Embora a retenção de talentos seja uma preocupação comum para os líderes de C-Level, os Chief Information Officers (CIOs) estão no epicentro da questão, com uma grande parte de sua força de trabalho em risco”, diz Graham Waller, Vice-Presidente e Analista do Gartner. “Já existem empresas de TI implementando novas políticas de retorno ao escritório apenas para enfrentar demissões em massa, revertendo o curso de suas ações. Os CIOs provavelmente terão que defender mais flexibilidade no desenho do novo formato de trabalho do que o resto de suas organizações, pois os funcionários de TI são os mais propensos a sair de seus empregos, diante da maior demanda do mercado e maior interesse pelo trabalho remoto do que outros funcionários.”
O desafio de retenção de talentos de TI varia de acordo com a faixa etária e a região. Por exemplo, trabalhadores de TI com menos de 30 anos relatam duas vezes e meia menos probabilidade de permanecer do que aqueles com mais de 50 anos.
Os dados mostram que políticas de trabalho mais flexíveis e centradas no ser humano podem reduzir o atrito e aumentar o desempenho. Em uma pesquisa do Gartner em 2021, feita com 3.000 funcionários de uma ampla variedade de setores, funções e geografias, 65% dos funcionários de TI disseram que a possibilidade de trabalhar de forma remota ou híbrida afetariam suas decisões de permanecer na organização.
Analistas do Gartner indicam que os CIOs devem usar uma abordagem orientada por dados para identificar os trabalhadores que estão em maior risco, e quais são os mais valiosos, para propor adaptações nas políticas de trabalho híbridas para manter suas equipes engajadas e com alto desempenho.
Um modelo de trabalho centrado no ser humano pode melhorar a atração e retenção de talentos, assim como os resultados dos negócios. Para alcançar estes sucessos, o Gartner aconselha os líderes a repensarem suposições desatualizadas sobre o trabalho e que são desnecessariamente limitantes, incluindo:
- Horário de trabalho — As empresas progressistas estão capacitando pessoas e equipes para decidir quando fazem seu melhor trabalho, sendo pioneiras em novos horários e com a semana de quatro dias.
- Uso do escritório — A pandemia quebrou o mito de que os funcionários só podem trabalhar de verdade em um escritório onde os gerentes possam vê-los. A maioria das organizações agora está planejando um futuro híbrido, com processos que reconheçam que os funcionários podem ser produtivos no trabalho remoto, como para a execução de tarefas que exijam maior foco, por exemplo, enquanto o escritório se torna mais adequado apenas para certas atividades de trabalho, como conexão humana e colaboração.
- Reuniões — A cultura das reuniões começou na década de 1950, quando as pessoas tinham que se reunir fisicamente para tomar decisões. Agora, as ferramentas de colaboração assíncrona e síncrona permitem a tomada de decisão distribuída, colaboração e criatividade. “Os CIOs que adotam um design de trabalho centrado no ser humano irão contratar, reter e superar aqueles que retornam aos paradigmas de trabalho da era industrial”, diz o analista do Gartner.
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