O Senado vai trabalhar para a abertura de novos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) para atender pessoas atingidas direta ou indiretamente pelos alagamentos e deslizamentos na cidade de Petrópolis (RJ). O objetivo foi manifestado por parlamentares nesta quarta-feira (30), durante audiência pública na Comissão Temporária de Petrópolis. A ampliação dos centros é necessária também para enfrentar os efeitos da pandemia de covid-19 sobre a saúde mental da população brasileira, ressaltaram participantes do debate.
Ao ser questionada por Eduardo Girão (Podemos-CE) sobre o suporte que o Senado pode dar para enfrentar os impactos de tragédias na saúde mental dos brasileiros, a superintendente de Atenção Psicossocial e Populações em Situação de Vulnerabilidade da Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro, Karen Athié, sugeriu a habilitação de novos Caps:
— Incentivar a expansão dos Centros de Atenção Psicossocial. O Ministério da Saúde tem recursos disponíveis para isso e, neste momento, o serviço que habilita essas unidades de saúde no nível municipal está fechado — apontou a representante do governo do RJ.
Girão, que visitou regiões devastadas em Petrópolis, afirmou que o impacto de tragédias como a da cidade e da pandemia transcende gerações.
— Durante a visita que fizemos a Petrópolis, nós percebemos (tanto quando estivemos lá no Morro da Oficina pessoalmente, como também na Câmara dos Vereadores, e com o prefeito e sua equipe ) que esse impacto vai transcender gerações. Essa marca vai ficar, a de entes queridos perdidos, de pessoas chorando essa tragédia com amigos partindo para o mundo espiritual. Tudo isso vai ficar marcado por gerações— disse o senador.
Relator da comissão, o senador Carlos Portinho (PL-RJ) apontou que vai sugerir o direcionamento de emendas para dar suporte à área de atenção psicossocial.
— O que a gente puder aqui faremos, até emendas inclusive, para poder ajudar nessa questão da saúde mental em Petrópolis — disse o parlamentar.
Durante a audiência pública, os participantes foram unânimes em destacar o trabalho conjunto desenvolvido entre as três esferas de governo e o apoio de ONGs e instituições como Médicos Sem Fronteira e Fiocruz no atendimento inicial e diagnóstico da população afetada. Eles ressaltaram, contudo, que o trabalho de acompanhamento psicológico exige continuidade.
— A ampliação de algumas redes é fundamental, como a questão dos Caps e dos Capsi [Centros de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil] principalmente, para que a gente possa fazer esse acolhimento de uma forma adequada e também integrada com as outras secretarias. A gente não consegue, sem esta integração entre estado, União e intersetorialidade dentro do município, dar conta de toda a demanda que vai surgir — reforçou Marcus Curvelo, secretário de Saúde de Petrópolis.
A audiência foi presidida pelo senador Romário (PL-RJ). Também participaram do debate a coordenadora-geral de Emergências em Saúde Pública do Ministério da Saúde, Janaina Sallas, e o vereador Hingo Hammes, de Petrópolis.
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