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Kátia Abreu pede ao embaixador russo cessar-fogo na Ucrânia

Ao iniciar a audiência pública com o embaixador da Rússia no Brasil, a presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), senad...

05/04/2022 às 16h10
Por: Nathaly Guimarães Fonte: Agência Senado
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O embaixador da Rússia no Brasil, Alexey Kazimirovitch Labetskiy, falou na CRE, presidida pela senadora Kátia Abreu (PP-TO) - Jefferson Rudy/Agência Senado
O embaixador da Rússia no Brasil, Alexey Kazimirovitch Labetskiy, falou na CRE, presidida pela senadora Kátia Abreu (PP-TO) - Jefferson Rudy/Agência Senado

Ao iniciar a audiência pública com o embaixador da Rússia no Brasil, a presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), senadora Kátia Abreu (PP-TO), afirmou que o Brasil defende “cessar-fogo imediato na guerra na Ucrânia”. Por sua vez, Alexey Kazimirovitch Labetskiy chamou a guerra de “operação especial no território da Ucrânia” e apresentou argumentos do governo russo sobre o conflito.

— A não suspensão imediata das hostilidades pode, a cada dia, aumentar o número de mortos em populações civis indefesas e aprofundar a grande crise humanitária decorrente do maior fluxo de refugiados em solo europeu desde a Segunda Guerra Mundial. (...) O Brasil tem marcado posição em defesa do cessar-fogo imediato e de negociações que conduzam a uma paz duradoura e sustentável — afirmou Kátia Abreu.

O diplomata disse que a crise na Ucrânia começou em fevereiro de 2014, quando houve um golpe de estado na Ucrânia que derrubou o então governo eleito. Segundo Alexey, o golpe foi feito por “nacionalistas, direitistas e nazifascistas” ucranianos, com apoio de países do Ocidente.

O embaixador russo afirmou também que, depois de 2014, regiões da Ucrânia, como Donetsk e Lugansk, passaram a querer independência e assinaram acordos com a Ucrânia. Entretanto, ele disse que o governo ucraniano nunca respeitou esses tratados e passou a oprimir as populações das regiões separatistas.

Alexey também afirmou que neofascistas e nacionalistas ucranianos “queimaram 50 pessoas em Odessa”, em maio de 2014, e acusou esses grupos e batalhões de usarem símbolos nazistas. Ele disse que a Rússia apoia as populações desses territórios que proclamaram independência.

— Não podemos tolerar o surgimento de um tumor nazista na Europa, na nossa fronteira. (...) O tumor nazista precisa ser aniquilado para sempre — disse Alexey.

O diplomata disse, ainda, que a Rússia é crítica da expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) nas últimas décadas. Para ele, o alargamento da Otan é considerado uma ameaça para a Federação Russa.

Alexey argumentou que a “operação especial na Ucrânia” foi iniciada “quando ficou claro” que a população russa que morava nas regiões separatistas “corria risco de vida”. Entretanto, ele elogiou as negociações de paz, que estão em andamento, com reuniões diárias.

Depois de sua apresentação inicial, o embaixador passou a ouvir as perguntas e observações dos senadores. O primeiro a falar foi o senador Marcos do Val (Podemos-ES).

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