Quem já está estudando ou pretende migrar para a área de Tecnologia da Informação não pode reclamar da falta de oportunidades que esse mercado oferece para profissionais que investem na profissão. De acordo com um levantamento feito pela Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), divulgado em dezembro passado, a demanda de trabalho para esse setor exigirá a formação e disponibilidade de mais 797 mil profissionais entre 2021 até o ano de 2025.
A demanda média anual por esses profissionais está em 159 mil. Com um número de profissionais formados abaixo do que o mercado necessita, o déficit está em 103 mil e pode passar de meio milhão em cinco anos, segundo a Brasscom. A corrida em busca de profissionais, que já era grande até 2019, foi potencializada na pandemia da Covid-19, uma vez que todos os tipos de negócios tiveram que acelerar a digitalização para atender a demanda de consumidores que utilizam cada vez mais os canais digitais de compra. Em 2019, na penúltima pesquisa realizada pela Associação sobre demanda de profissionais, a média anual era de 70 mil, número que mais que dobrou no levantamento de 2021.
Profissional da área de Tecnologia da Informação há 17 anos, Adriana Tavares ratifica esse “boom” no mercado de trabalho que, segundo ela, pode ser considerado um dos mais aquecidos de todos os tempos. “É também a área campeã de profissionais que embarcam em uma transição de carreira, e que por motivos como dificuldade de alcançar estabilidade financeira ou sucesso profissional, veem na TI e no boom de oportunidades, uma forma de alavancar o currículo e oportunidades profissionais. Tendo em vista a vasta capilaridade de atuação - papéis, skills, áreas de atuação e cargos, há trabalho para todos os tipos de perfis e formatos”, atesta.
A profissional ressalta que o interesse em contratar profissionais da área se deve pela importância da Tecnologia em todos os tipos e portes e negócios. “A TI é provavelmente a área do conhecimento com a maior gama de intersecções com as demais áreas do conhecimento, sejam nos campos de Saúde, Varejo, Seguradoras, Financeiro, Acadêmico ou Educacional. Sejam nas grandes corporações, sejam nas indústrias, ou em startups, todos os contextos de negócio demandam e consomem tecnologia”, complementa Tavares, que atualmente atua como líder da área de Digital Portfolio e Soluções em uma consultoria voltada para a transformação digital.
E para quem está pensando em ingressar na área e acredita que apenas os profissionais de programação têm lugar no mercado, Adriana Tavares explica que é possível construir carreiras diversas dentro de TI. “Há muitos profissionais de tecnologia da informação que seguem por carreiras e especializações totalmente diferentes de programação em si, como banco de dados, infraestrutura, hardware, design gráfico, marketing digital, gestão de pessoas, entre outras. Esse é um aspecto bastante atrativo da área, pois essa diversidade de especializações, que varia também nos papéis e atividades a se desempenhar, permite que os profissionais escolham aquilo que mais se identifica para atuar”, diz.
Para conseguir boas oportunidades de atuação, a profissional aconselha os aspirantes a tecnólogos a buscarem por atualização recorrente, uma vez que a evolução dos conhecimentos na área é constante. "Cursos, certificados, palestras, podcasts etc. Existem diversas formas para se absorver conhecimento e se manter atualizado no ramo de TI, e é fundamental acompanhar o que o mercado demanda dos profissionais. O que hoje é tendência e relevante, seja um método um software, ou um tipo específico de atividade, daqui a um ano, ou mesmo no período de meses, pode se tornar obsoleto”, destaca.
Demanda alta exige que empresas se esforcem para garantir a retenção de profissionais
Com a alta demanda, as empresas precisarão se esforçar para manter seus quadros de profissionais. Segundo a pesquisa “Tech People 2021”, realizada pela plataforma I Love My Job com profissionais de tecnologia de todas as regiões do país, no período de três meses, apenas 12% deles afirmaram não terem recebido contato de recrutadores investigando uma possível troca de empresa. Entre os profissionais que receberam contato de recrutadores, 18% afirmaram que receberam uma nova proposta de emprego por semana.
Em relação a benefícios, a maior parte dos profissionais de TI (53%) afirmaram preferir atuar em empresas que oferecem o formato híbrido de trabalho. O formato totalmente remoto – também conhecido como home office – ficou em segundo lugar, com 44%. O trabalho presencial foi citado por apenas 3% dos entrevistados.
Além disso, a maior parte dos profissionais consultados afirmaram que as vantagens que os mantém na empresa são a remuneração (citada por 73,2% dos entrevistados), qualidade de vida (55,7%), reconhecimento profissional (40%) e possibilidade de crescimento (37,1%).
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