A pandemia de Covid-19 causou profundas transformações em todas as áreas da sociedade e, principalmente, na área da saúde exigiu reestruturações significativas, colocando a tecnologia em um papel central. De acordo com os dados do relatório State of Digital Health, da plataforma norte-americana de inteligência de mercado CB Insights, o investimento global em saúde digital alcançou um recorde em 2021, atingindo a marca de US$ 57,2 bilhões de dólares, um aumento de 79% em relação ao ano anterior. Em 2020, os investimentos globais nessa área foram de US$ 32 bilhões de dólares.
Neste novo cenário, diversas iniciativas digitais ganharam relevância, como a ascensão da telemedicina, o uso de inteligência artificial para análise de riscos, Big Data e os aplicativos móveis. Com os avanços científicos, médicos e pacientes são beneficiados, otimizando tempo, recursos e, também, muitas vezes, reduzindo os custos dos serviços para quem é atendido. A tecnologia na saúde gera forte impacto tanto na prevenção de doenças, como em seu rápido diagnóstico e tratamento, possibilitando salvar vidas.
Em 2021, a própria OMS (Organização Mundial da Saúde) lançou um guia com 150 páginas intitulado “Ética e Governança da Inteligência Artificial para a Saúde”, resultado de 18 meses de pesquisa e discussão entre os principais especialistas em ética, tecnologia digital e saúde do mundo. No relatório, a OMS aponta as diretrizes para garantir que o uso da inteligência artificial seja um real benefício para todos os países.
Contexto brasileiro
No Brasil, a Pesquisa TIC Saúde 2021, realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), também revela o avanço das tecnologias digitais nos estabelecimentos de saúde nacionais, depois do advento da pandemia. Mesmo nas unidades públicas houve um crescimento nas funcionalidades eletrônicas básicas por meio do uso de tablets, notebooks e internet. No entanto, a segurança e a proteção dos dados armazenados ainda é um desafio no país. Segundo a pesquisa, apenas um terço dos estabelecimentos de saúde tem uma política definida sobre segurança da informação, sendo o percentual dos públicos (21%) menor em relação ao dos privados (cerca de 40%).
Para aprimorar a proteção dos dados dos pacientes e desenvolver uma gestão automatizada, a parceria com healthtechs tem sido recorrente no Brasil e no mundo. Como aponta Camila Vilar, Chief Project Officer da AmorSaúde, rede de clínicas populares que, recentemente, firmou uma parceria com a healthtech Neomed, que atua no segmento de laudos médicos, a tecnologia é uma aliada fundamental na área da saúde, pois possibilita salvar mais vidas, com rapidez e segurança. "Os avanços tecnológicos trazem soluções inovadoras que possibilitam ampliar o atendimento com qualidade", destaca Vilar.
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