As indústrias brasileiras estão passando pela transformação digital e o número de negócios que utilizam pelo menos uma tecnologia no seu processo já representa 69% do total, é o que apontou a pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O estudo levantou que, em comparação com 2016, o crescimento de indústrias utilizando tecnologias digitais, que variaram entre 18 tipos na pesquisa, cresceu 21%. Também apontou que os principais benefícios desse uso para a empresa se dão no aumento da produtividade, redução de custos e melhora na qualidade dos produtos.
A falta de variedade entre a tecnologia adotada foi outro ponto evidenciado pela pesquisa, já que apenas 7% das empresas entrevistadas utilizavam 10 ou mais tecnologias dentre as categorias analisadas. Esse cenário, somado ao total de 31% das organizações que ainda são totalmente analógicas, indicam que o processo de digitalização está em andamento, porém ainda em fase inicial.
O principal motivo identificado para a não adoção de novas tecnologias é o alto custo de implementação, segundo 66% dos participantes. Outros motivos seriam a falta de conhecimento, falta de clareza dos retornos que o investimento no sistema pode trazer para a empresa e resistência na cultura organizacional da indústria.
Opções em nuvem deixam a tecnologia mais acessível
O avanço da tecnologia permitiu democratizar e melhorar a gestão dos médios, pequenos e micro fabricantes. A popularização do armazenamento de dados em nuvem trouxe benefícios para o setor, como a possibilidade de acompanhar uma informação em tempo real, gerenciar a empresa de onde estiver e diminuir custos com manutenção da infraestrutura de TI.
De 2020 para 2021, de acordo com a Gartner, houve um aumento de 20% na migração de sistemas do servidor local para a nuvem, com expectativa de permanecer em crescimento até o final deste ano.
Realizar o desenvolvimento de sistemas próprios, fazer manutenção com rotina de backup e segurança dos dados, além da estrutura das máquinas, eram possíveis apenas para as grandes corporações, pois exige muito investimento e horas da equipe em dedicação.
Com aumento da oferta de sistemas em nuvem, negócios de menor porte puderam adquirir software para fins diversos, como sistemas ERP e PCP, que fazem controle gerencial e da produção, respectivamente. Mesmo que ainda haja uma parcela significativa de empresas que não usam nenhuma tecnologia, como mostrou a pesquisa, o avanço acelerado nos últimos 5 anos, que apontava apenas 48% das indústrias utilizando alguma tecnologia digital, mostra que a transformação digital é uma realidade no Brasil.
Para o diretor da empresa de ERP industrial Nomus (nomus.com.br), Thiago Leão, além da nuvem, outros pontos foram relevantes para levar a digitalização até as indústrias menores: a criação de modelos de autoimplantação, pré-configuração para funcionalidades padrão dos sistemas, a facilidade de encontrar conteúdos educativos na internet e maior adaptação ao atendimento remoto motivado às circunstâncias da pandemia do Covid-19.
“Percebemos que houve uma demanda natural no mercado de software por ferramentas que pudessem oferecer um apoio instrucional, dando ao colaborador orientação de como ele pode operar as ferramentas de maneira mais autônoma e flexível, sem depender da visita de técnicos, o que inclusive onerava em muitos os projetos”, destacou o diretor.
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