A antecipação de recebíveis tem se tornado uma das modalidades de crédito cada vez mais disseminadas no Brasil. Segundo um monitoramento realizado pelo Banco Central do Brasil, as antecipações cresceram 50% no primeiro semestre deste ano. Já dados do Sebrae revelam que 45% dos empresários de micro e pequenos negócios utilizam a antecipação de recebíveis com frequência. E outros 18% o fazem de forma esporádica.
Devido ao seu recebimento de múltiplas fontes, a área da saúde tem grande complexidade para realizar sua gestão de fluxo de caixa. Para resgatar seu faturamento advindo dos planos de saúde, as pequenas e grandes instituições precisam esperar cerca de 30 ou 90 dias para receber sua receita. Por meio do planejamento mensal e anual, todo negócio deve identificar previamente qualquer problema de fluxo de caixa. Entretanto, essa não é uma realidade para a maioria dos empreendedores no Brasil, que acabam recorrendo ao empréstimo bancário para resolver suas urgências.
Segundo um levantamento do Valor Data, desde março de 2021, sucessivos aumentos na taxa Selic, taxa básica de juros da economia, são indicados pelo Banco Central, saindo de 2% ao ano para 10,75%, definidos em fevereiro de 2022. Quando seu valor aumenta, os juros de empréstimos e financiamentos acabam por aumentar consequentemente.
Embora nos Estados Unidos mais de 90% do crédito seja feito via fundos, no Brasil, é realizado menos de 1%, estando os créditos concentrados nos bancos. Sendo uma alternativa aos empréstimos, a antecipação prevê fornecer ao prestador seu próprio dinheiro que já seria recebido futuramente. “Você recebe o que é seu. Então, é diferente de você ter na conta deveres que você precisa pagar de volta a alguém, não é um passivo.”, explica Thiago Aitken, diretor executivo da Plataforma Lever.
A antecipação de recebíveis procura auxiliar empresas da área de saúde a manter o fluxo de caixa em dia. Além disso, permite o aumento do capital de giro, aumenta o poder de negociação com fornecedores e possibilita novos investimentos.
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