Dias antes de ser anunciado como o grande campeão do BBB22, o ator Arthur Aguiar teve a oportunidade de uma experiência no metaverso. Acompanhado do atleta Paulo André, outro finalista do reality show, ele subiu virtualmente num elevador até o alto de um prédio e teve que caminhar pelo parapeito, no lado externo. Os dois usavam óculos de realidade virtual e tinham a missão de destruir o robô BBB.
De uns tempos para cá, o metaverso se tornou um assunto frequente. É quase impossível que alguém não tenha escutado a palavra ainda, embora, para muitos, seja difícil entender exatamente a que ele se refere. O termo se tornou ainda mais conhecido em outubro do ano passado, quando Mark Zuckerberg anunciou que o Facebook mudaria de nome para Meta, passando a ter grande foco no desenvolvimento desse novo ambiente virtual. Há poucos dias, aliás, ele anunciou a abertura de uma loja física de 150 metros quadrados no campus Meta Burlingame, na Califórnia.
Zuckerberg não está sozinho nessa. Nesta corrida estão outras bigtechs como Microsoft e Nvídia e desenvolvedoras de videogames, como Epic Games e Roblox, entre outras. Há ainda empresas de outros setores, como a fabricante de produtos esportivos Nike, que está com vagas abertas para designers virtuais e entrou com pedido de patentes para suas marcas no mundo virtual, assim como de itens virtuais para download.
A experiência virtual em um programa de grande audiência, como o BBB, é uma forma de mostrar às pessoas a que exatamente se refere quando é falado em metaverso. Embora muitos tenham tido essa oportunidade pela primeira vez, têm se multiplicado a realização desfiles de moda, shows virtuais e outros eventos nesse novo universo.
A companhia aérea Qatar Airways acaba de lançar o Qverse, um ambiente no metaverso em que os passageiros podem simular virtualmente o check-in no Aeroporto Internacional de Hamad (HIA), em Doha, e o embarque na primeira classe ou na classe executiva. A comissária de bordo Sama, céu em árabe, é quem dá as boas-vindas. Os passageiros também podem navegar pelo interior da cabine e interagir com a tripulação metahumana. Seu desenvolvimento contou com a ferramenta de criação 3D Unreal Engine, da Epic Games, e com o MetaHuman Creator, um aplicativo em nuvem que possibilita criar representações humanas no ambiente digital, com traços, cabelo e roupas.
Restaurante no metaverso mata a fome?
A rede de fast food de comida mexicana Chipotle criou um jogo em que os usuários criam um avatar para entrar no ambiente do primeiro restaurante, aberto em 1993, e fazer burritos e entregas no metaverso. Com as atividades, eles acumulam prêmios e burritos virtuais, que podem usados no jogo e até um burrito grátis – no mundo real.
No Brasil, um escritório de advocacia inaugurou uma unidade virtual em São Paulo para reuniões e eventos usando a plataforma AltspaceVR, da Microsoft. Ao chegar ao local e vestir os óculos de realidade virtual, o visitante acessa um lobby futurista e as salas de reunião. Nelas, seu avatar é recebido por avatares de profissionais do escritório.
Além da novidade, e de garantir seu espaço no novo universo, o objetivo dos advogados é saber como serão as interações neste novo ambiente, como por exemplo quais efeitos terão para profissionais e clientes, empresas e pessoas físicas. Outro aspecto importante é que o metaverso certamente demandará a criação de normas e regras para diferentes áreas.
Embora esteja se multiplicando, a criação de ambientes no metaverso ainda é pequena no meio corporativo e, segundo especialistas, deve demorar até que se torne parte da rotina. Até porque, para entrar nesse novo mundo virtual, é necessário dispor de equipamentos como os óculos e as manoplas, ainda não acessíveis para muitas pessoas. Como outras tecnologias disruptivas, esses acessórios devem se tornar mais acessíveis a partir da expansão do metaverso.
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