A senadora Leila Barros (PDT-DF) registrou em pronunciamento, nesta quarta-feira (18), diligência da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) em Roraima para avaliar a situação da comunidade indígena dos ianomâmis. A senadora disse que a diligência buscou esclarecimentos sobre o garimpo ilegal em terras indígenas e o impacto dessa prática nas populações envolvidas. Ela integrou o grupo de parlamentares que foi a Boa Vista na semana passada.
— O fato é que estamos diante de uma polêmica complexa que opõe posições na sociedade brasileira em relação a como promover a exploração da Amazônia, com todas as suas peculiaridades, que envolvem o respeito aos povos tradicionais e ao meio ambiente e o potencial de recursos naturais, inclusive minerais, lá presentes. De qualquer forma, independentemente de quaisquer posições, o que é certo e incontestável atualmente é a proibição em lei de qualquer tipo de exploração mineral em terras indígenas em todo o país — afirmou.
De acordo com a senadora, além de ações criminosas com garimpo ilegal nas terras ianomâmi, os povos indígenas são submetidos a outras violências no país, como o crime sexual contra mulheres e adolescentes, a fome, a crise sanitária e a destruição de sua cultura.
Leila também chamou a atenção para a falta de estrutura e de condições de trabalho da Funai, do Ibama, da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), da Universidade Federal de Roraima e do Exército. Ela ressaltou a dificuldade desses órgãos para trabalhar com eficácia em defesa das comunidades indígenas e do meio ambiente.
— É fundamental buscar soluções para Roraima que apresentem alternativas econômicas para a população que hoje depende do garimpo ilegal. Há muita gente séria no estado disposta a enfrentar essa questão. O que está faltando é vontade política de quem pode, efetivamente, apresentar e promover mudanças: o governo federal — lamentou a senadora.
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