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Violência nas escolas: especialistas reforçam importância de acolhimento de estudantes
Acolher os estudantes, buscar a aproximação com as famílias e qualificar os profissionais da educação são algumas das ações necessárias para enfren...
08/06/2022 13h25
Por: Nathaly Guimarães Fonte: Agência Senado
Confúcio Moura (1º à esq) comandou o debate - Reprodução TV Senado

Acolher os estudantes, buscar a aproximação com as famílias e qualificar os profissionais da educação são algumas das ações necessárias para enfrentar o problema da violência no ambiente escolar. Especialistas ouvidos nesta quarta-feira (8) em audiência pública da Comissão de Educação (CE), contudo, apontaram que o aumento de casos de agressões nas escolas é um reflexo de problemas de toda a sociedade e reconheceram que o desafio é grande.

O aumento da evasão escolar durante a pandemia-19, o atraso nos conteúdos, a violência em geral na sociedade, o aumento do desemprego e a volta da fome ao patamar dos anos 1990 são alguns dos fatores que impactam também no aumento das tensões em sala de aula de acordo com especialistas. A palavra acolhimento foi repetida por todos os participantes da audiência, mas como acolher os estudantes? O presidente da Comissão do Plano de Urgência para Paz nas Escolas Públicas do DF, Tony Marcelo, afirmou que é preciso debater e dialogar com os jovens para entender suas necessidades e problemas. Ele apontou que o papel social da escola deve ser fortalecido e afirmou que não dá para pensar na violência de forma isolada.

— A escola nada mais é que o reflexo de uma sociedade que apresenta problemas agudos. O aumento da fome é claro que nós sabemos que essa fome atinge no processo educativo e atinge também no processo de violência, não só escolar.[...] Fortalecer o papel social da escola neste momento é criar vínculos  apontou.

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Igor Pipolo, especialista em segurança pública nas escolas, reforçou que as estratégias de acolhimento podem variar conforme o contexto local, faixa etária e realidade da escola. Ele sugeriu uma análise de risco própria de cada escola para identificar os fatores que podem influenciar no cenário interno de violência. 

 As escolas precisam oferecer condições mínimas para receber as crianças de forma adequada. Equipe mal preparada, ambiente que não é adequado e até o posicionamento geográfico da região da escola são fatores que podem influenciar. Segurança é prevenção e a prevenção não está necessariamente ligada a questões policiais, mas a um contexto de infraestrutura e de acolhimento — disse.

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Pipolo também sugeriu atenção especial com as famílias e maior integração entre a casa e a escola, visão compartilhada por Denise Regina Maria Dias, coordenadora-geral do Ensino Fundamental da Secretaria de Educação Básica do MEC. Denise defendeu medidas para reforçar o desenvolvimento socioemocional dos alunos e sugeriu ações integradas.

— Acolhimento, melhoria das aprendizagens, integração família e escola são ações que precisam caminhar de forma integrada. Escola, família e sociedade precisam trabalhar de forma integrada para que consigamos implementar ações que atendam às necessidades dos estudantes — disse.

Para o assessor Especial do Secretário de Educação do Estado de São Paulo, Patrick Tranjan, o aumento da carga horária nas escolas, com tempo destinado a tutoria e escuta dos alunos, é um dos caminhos para driblar o problema da violência no ambiente escolar. Ele também ressaltou a necessidade de garantir uma atenção especial à saúde mental dos profissionais de educação responsáveis pela educação dos jovens.

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 A pandemia teve impacto na saúde mental dos profissionais de educação. Temos 250 mil profissionais em São Paulo e temos que cuidar das emoções e da cabeça desses profissionais  acrescentou.

Pesquisa feita pela Associação dos Professores do Estado de São Paulo aponta uma escalada da violência nas unidades de ensino. Em 2019, mais da metade dos professores (54%) disseram já ter sofrido algum tipo de agressão. Entre os estudantes, em 2019, 81% relataram saber de episódios de violência na própria escola. Os senadores Confúcio Moura (MDB-RO) e Wellington Fagundes (PL-MT) alegaram que a sensação é que a situação piorou com a pandemia de covid-19 e sugeriram a realização do debate.