Em um cenário de digitalização que abrange diversos segmentos da sociedade e que foi, inclusive, incentivado por autoridades sanitárias no período mais crítico da pandemia de Covid-19, um levantamento da ABMES (Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior) prevê que o EaD (Ensino a Distância) tende a superar o presencial em 2022. Segundo o balanço, a procura pela modalidade aumentou 59% entre 2020 e 2021, em comparação aos anos anteriores.
A entidade já previa que o ensino remoto seria maior que o presencial em 2023, mas a pandemia de Covid-19 teria acelerado este processo, conforme informações publicadas pelo portal Rede Noticiando.
Paralelamente, dados do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) e do MEC (Ministério da Educação) demonstram que os cursos de EaD no país receberam mais matrículas do que os presenciais, tanto na rede pública quanto na privada, em 2020, conforme indicativos do Censo da Educação Superior 2020, divulgado em fevereiro.
Dos mais de 3,7 milhões de ingressantes de 2020 em instituições públicas e privadas, mais de 2 milhões (53,4%) optaram pela modalidade remota e 1,7 milhão (46,6%), pela presencial, conforme publicado pela Agência Brasil.
Esta é a primeira vez que o país registra maior ingresso de alunos nos cursos EaD em relação à modalidade presencial. Em 2019, antes da crise sanitária, o fenômeno já havia sido observado na rede privada. Os indicativos apontam que o número de matrículas cresceu 378,9% em dez anos, entre 2009 e 2019.
Para Jonas Bressan, criador do método Beway e responsável pela escola homônima que oferece curso de inglês on-line, o avanço dos cursos de EaD no Brasil nos últimos anos demonstra que a modalidade veio para ficar. “O formato EaD é uma tendência que, após o ‘boom’ registrado durante a pandemia, tende a se manter em alta, com uma oferta de cursos cada vez melhores e mais acessíveis”.
No país, o número de edtechs, empresas que empregam tecnologia para criar soluções inovadoras para a área de educação, avançou 26% desde 2020, conforme estudo realizado pelo CIEB (Centro de Inovação para a Educação Brasileira) e pela Abstartup (Associação Brasileira de Startups do Brasil), que analisa dados coletados entre 2019 e 2021. De acordo com o levantamento, há pelo menos 566 edtechs ativas no mercado de educação do Brasil.
A curto e médio prazo, o cenário para as edtechs é promissor, uma vez que o mercado internacional deve atingir US$ 433 bilhões (R$ 2,17 trilhões) até 2030, segundo um estudo publicado pela agência HolonIQ sobre o mercado global de educação internacional, que estima que as cinco milhões de matrículas atuais devem passar para mais de oito milhões nos próximos oito anos.
Cursos livres e de inglês on-line ganham destaque
Analisando de forma mais específica os cursos de inglês, o empresário e educador considera que o EaD se apresenta como um modelo mais interessante para o ensino e aprendizagem por conta de elementos como o preço, mais convidativo, e os horários, bem mais flexíveis. “As metodologias e estratégias de ensino de inglês on-line têm melhorado muito, possibilitando que o aluno faça suas aulas e aprenda do conforto de casa”.
Na avaliação do criador do método Beway, os cursos on-line já se estabeleceram na cultura de educação no Brasil, e as perspectivas para o futuro são positivas, uma vez que o número de inscritos em cursos de graduação e pós-graduação on-line já supera aquele das aulas presenciais. “Certamente, o mesmo acontecerá - ou até já acontece - com os chamados cursos livres. É difícil brincar de prever o futuro, mas eu creio que o EaD veio para ficar”, conclui Bressan.
Para mais informações, basta acessar: http://www.bewayidiomas.com.br/#/
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