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Paim cobra do governo informações sobre jornalista e indigenista desaparecidos no AM
Em pronunciamento nesta quarta-feira (8) em Plenário, o senador Paulo Paim (PT-RS) alertou que o país atravessa um período de "barbárie", ao cobrar...
08/06/2022 17h40
Por: Nathaly Guimarães Fonte: Agência Senado
Waldemir Barreto/Agência Senado

Em pronunciamento nesta quarta-feira (8) em Plenário, o senador Paulo Paim (PT-RS) alertou que o país atravessa um período de "barbárie", ao cobrar informações do governo sobre o desaparecimento do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista Dom Phillips, ocorrido no início desta semana, no Vale do Javari, no estado do Amazonas.

Segundo Paim, os familiares de ambos e tantas outras instituições e entidades, como as Comissões de Direitos Humanos (CDH) e de Meio Ambiente (CMA) do Senado, além da Federação Internacional dos Jornalistas e dos Repórteres Sem Fronteira também manifestaram preocupação com a falta de informações sobre o caso e a lentidão nas buscas pelos desaparecidos.

O senador lembrou que Bruno Araújo e Dom Phillips já haviam sido ameaçados de morte. Além disso, na região onde ocorreu o fato, há garimpo e pesca ilegais, além de tráfico.

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— Segundo ranking internacional, em números relativos, a Amazônia se tornou a região mais perigosa e violenta do país. Estudo do Insper de dezembro de 2021 mostra que a situação da ilegalidade e da violência avança na Amazônia. Esse cenário está relacionado ao desmatamento, madeireiras ilegais, extração de ouro, ocupação de terras. Indígenas morrem violentadas e estupradas, [e também há] grilagem — lamentou.

Na opinião de Paim, a situação alcançou esse patamar, porque o Estado brasileiro sumiu da região.

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— Os mecanismos de controle e fiscalização estão sendo desmontados, infelizmente. Toda uma legislação ambiental, alcançada com muito esforço pela sociedade, está sendo diminuída. O governo federal tenta excluir o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais [Inpe] do monitoramento de queimadas e desmatamento na Amazônia. A opinião pública mundial cobra, nos aponta o dedo. Não podemos ficar calados — ressaltou.

Por fim, o senador apontou também que esse cenário de violência não é exclusivo da Amazônia. Pelo contrário, disse ele, ao afirmar que acontece em todo o país e é fruto de um discurso de ódio que gera mais ódio e violência.