Foi aprovado no Plenário do Senado, nesta quarta-feira (8), o PL 4.487/2019, que confere ao município de Nova Esperança, no Paraná, o título de capital nacional da seda. A cidade é considerada a maior produtora da fibra da América Latina. O texto segue para sanção presidencial.
A sericicultura é uma atividade caracterizada pela cultura do bicho-da-seda e pela venda de seu casulo a empresas de fiação. A produção do casulo engloba o cultivo da amoreira, cujas folhas são o único alimento desse lepidóptero (insetos da ordem das borboletas e mariposas), e a criação da lagarta.
Nova Esperança, município de 30 mil habitantes, produz mais de 328 toneladas de casulo verde por safra, segundo o autor do projeto, deputado Rubens Bueno (Cidadania-PR). De acordo com ele, o estado do Paraná é produtor de 84% da seda nacional e a cidade é considerada a capital estadual do produto.
O projeto passou pela Comissão de Educação (CE), onde recebeu parecer favorável do relator, senador Flavio Arns (Rede-PR). Ele explicou que o reconhecimento é importante para a cidade, pois a produção de casulos do bicho-da-seda está ligada a tradições de longa data. Para o senador, o desafio agora é não permitir que a atividade perca espaço com o passar do tempo, sensibilizando especialmente os mais jovens para a sucessão familiar.
“Nova Esperança responde por 15% dos casulos verdes produzidos no Paraná. São mais de 325 mil quilos por safra, o que a torna a maior produtora de seda da América Latina. Temos a expectativa de que, com a visibilidade que a concessão do título trará, possamos atrair mais investimentos, impulsionando a geração de empregos”, afirmou Arns em seu parecer na CE.
Em seu relatório, o senador observa que a cultura da seda é relativamente antiga no Brasil, tendo surgido por volta de 1840. A partir da Segunda Guerra Mundial, quando os principais países produtores de casulos – como a China e o Japão – estiveram envolvidos no conflito, o Brasil passou a se destacar na produção de fios de seda.
No estado do Paraná, segundo o parlamentar, a criação do bicho-da-seda já ocorria, em Londrina, desde a década de 1930. A crise cafeeira e a intensa mobilidade da população rural, associadas a políticas estaduais e municipais destinadas ao desenvolvimento da sericicultura, acabaram por deslocar, a partir da década de 1980, o eixo produtivo de São Paulo para o Paraná.