Conhecimento relevante pode ser construído ao identificar os métodos de ensino que mais funcionam ao redor do mundo e as necessidades de aprendizado da atualidade. Sobre isso, o que os estudos de empresas como a Gartner demonstram é que o mercado mudou e as demandas dos talentos também. Por isso, é preciso novas soluções em ensino, adequadas às necessidades de aprendizado da atualidade, o que, segundo especialistas, inclui muitos conteúdos práticos.
As demandas do setor de tecnologia
Segundo o Dr. Alessandro Farage, diretor da Floripatech, uma instituição de formação técnica na área de tecnologia, em uma sociedade movida por atividades artesanais, antes da Revolução Industrial, a produtividade dependia de habilidades manuais. Com a industrialização, a mecanização e a automação foram determinantes para melhoria produtiva.
Atualmente, em meio à nova Revolução Industrial, chamada de 4.0, a produtividade depende de um conjunto de habilidades, capacidades e tecnologias. Essa realidade gera alta demanda por profissionais com competências multidisciplinares. Nas palavras do professor: “A Quarta Revolução Industrial, e sua Indústria 4.0, envolve diversas tecnologias avançadas, como inteligência artificial, robótica, internet das coisas e computação em nuvem que estão mudando a forma como vivemos. A Educação 4.0 surge como uma resposta à Indústria 4.0. O objetivo é preparar estudantes para um mundo altamente globalizado e digital.”
Em algumas regiões, como a de Florianópolis, que concentra empresas do setor tecnológico e abriga todo um ecossistema de inovação, essa situação é mais evidente. Sem estrutura para formação dos profissionais que a área de tecnologia precisa, fica difícil superar o tão falado déficit de talentos do setor e garantir a disponibilidade desses profissionais.
Segundo o Observatório da Acate, o número de colaboradores no setor de tecnologia registra aumento de 9,1%, a maioria na cidade de Florianópolis e seu entorno. Ao todo, são mais de 12.000 empresas catarinenses atuando no setor de tecnologia e mais de 32% apenas em Florianópolis.
A solução: educação 4.0
Já no ensino médio, a formação em alta tecnologia, engenharia robótica e computação tem sido o objetivo de muitos alunos talentosos. Eles buscam preparação em tempo integral, desejam aprender outros idiomas e sabem que precisam respeitar a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), agregando dupla formação tecnológica e outros cursos.
Ao menos é o que diz o professor Jonatan Lins, também da Floripatech, que complementa: “As pessoas que não desenvolvem essas habilidades já estão automaticamente fora da concorrência para os principais cargos de sucesso, nas principais empresas do Brasil e do mundo.”
Ainda segundo o professor, a educação 4.0 exige que o aluno realize projetos baseados em problemas reais da sociedade ou do mercado. Ou seja, ele precisa viver a experiência de aplicar soluções tecnológicas e científicas para resolver problemas. Desse modo, aprende a empreender de modo inovador, o que constitui um passo além de apenas desenvolver produtos. Em outras palavras, no lugar de simplesmente inventar coisas que, necessariamente, não têm boas chances de serem bem-sucedidas no mercado, o empreendedorismo se alimenta de soluções inovadoras, desenvolvidas para entregar valor superior.
Isso é o mesmo que dizer que os profissionais do futuro devem ser ainda mais capazes de encontrar soluções melhores do que as que aplicamos atualmente, ou mesmo desenvolver respostas para problemas que ainda não foram resolvidos.
Para isso, a Escola 4.0 precisa aplicar metodologias ativas de ensino. Elas devem oferecer autonomia para que o próprio estudante trilhe o seu caminho de aprendizagem, além de estimular o compartilhamento de experiências e conhecimentos por meio de atividades colaborativas ou desenvolvidas em conjunto. “O aprendizado precisa ser prático e ter significado para poder transformar.", complementa o Dr. Farage.
Referências:
https://www.gartner.com/en/human-resources/research/talentneuron/labor-market-trends
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