A instituição de um programa nacional para recompor a aprendizagem, prejudicada pela pandemia da covid-19, foi o tema da 13ª audiência pública da Subcomissão Temporária para Acompanhamento da Educação na Pandemia, nesta segunda-feira (13). Os convidados, representando o Ministério da Educação (MEC) e o Fórum Nacional de Educação (FNE), concordaram que há muito a fazer para recuperar o tempo perdido por estudantes e professores.
O senador Flávio Arns (Podemos-PR), presidente do colegiado, subordinado à Comissão de Educação, lembrou sua experiência como secretário de Educação do Paraná, período em que foi implantado um sistema de avaliação do ensino público estadual, com a ajuda da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
— Havia a possibilidade, através do sistema de avaliação proposto, de termos uma ideia muito clara da educação no Paraná, em cada região, em cada município, escola, turma e até aluno — relatou Arns.
O senador Confúcio Moura (MDB-RO) pediu que as propostas para recuperar a qualidade do ensino saiam do discurso e sejam colocadas em prática. Ele elogiou o trabalho que vem sendo realizado por alguns municípios — citou Nova Brasilândia do Oeste, em seu estado — e cobrou mais ação dos estados e da União:
— Estamos desesperados para que a educação vá para a frente. Além do discurso, algo mais prático. Não sei se começa pelo MEC, se começa pelos estados, porque os municípios já têm muitos bons exemplos. A gente só consegue melhorar o Brasil se fizer uma revolução educacional. Como vamos fazer para "rodar a baiana" na educação, para que a gente possa fazer com que o nosso discurso aqui se transforme em algo revolucionário? — perguntou.
A representante do MEC na audiência, Leda Regina Bitencourt da Silva, coordenadora da Diretoria de Formação Docente e Valorização dos Profissionais da Educação, garantiu que o governo está fazendo todos os esforços para recompor a aprendizagem. Citou um recém-implantado sistema de inteligência artificial, aberto a todos os professores do país, que ajuda a corrigir redações.
Roberta Guedes, representante do FNE, entidade que congrega especialistas da sociedade civil e do Estado para discutir a política nacional de educação, enfatizou a gravidade da situação, sobretudo nas escolas públicas:
— Se já havia um distanciamento da educação pública para a privada, sinto dizer, hoje não há distanciamento, há um rombo enorme, de perdas significativas na aprendizagem. Nossos professores estão adoecendo emocionalmente. Nós temos hoje alunos que estão no quinto ano e são semianalfabetos. E isso é muito sério — afirmou.
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