A comoção e indignação pelo desaparecimento do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira e as primeiras notícias dando conta de que os corpos deles teriam sido encontrados nesta segunda-feira (13) levaram senadores a se manifestar e prestar solidariedade aos familiares.
Antes mesmo do início da sessão deliberativa desta tarde — aberta por um depoimento do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, afirmando que o Senado irá se mobilizar para buscar justiça —, eles também pediram apuração séria e punição rigorosa dos envolvidos no caso.
Ao presidir os trabalhos da Comissão de Direitos Humanos (CDH) na manhã desta segunda-feira, o senador Paulo Paim pediu um minuto de silêncio em respeito aos desaparecidos e em solidariedade a seus familiares.
— É triste a gente ver a que ponto chegou nosso país. O mundo todo faz protestos. Tínhamos a esperança de que eles estivessem vivos. Infelizmente, tudo indica que foram assassinados por defenderem os povos indígenas, por defenderem o meio ambiente, por defenderem a terra da nossa gente — lamentou.
Dom Phillips e Bruno Pereira estão desaparecidos há mais de uma semana na região da Terra Indígena Vale do Javari, no Amazonas. De acordo com informações iniciais divulgadas pela imprensa, a esposa de Dom Phillips, Alessandra Sampaio, teria sido avisada pela embaixada do Brasil no Reino Unido e pela Polícia Federal sobre a localização de dois corpos na região. Porém, as duas instituições não confirmaram o fato publicamente. No entanto, no domingo, a PF divulgou que pertences pessoais dos desaparecidos foram encontrados submersos em um rio da região.
“Exigimos investigação rigorosa sobre as circunstâncias das suas mortes! A luta em defesa da Amazônia e dos povos indígenas perdeu duas pessoas corajosas, que não desistiram mesmo diante dessa política de destruição. Não é esse o Brasil que queremos!”, pediu Randolfe Rodrigues (Rede-AP) pelas redes sociais.
O senador Eduardo Braga (MDB-AM) reagiu, também pelas redes sociais, às últimas informações divulgadas. “Começamos a semana com esta triste notícia. Minha solidariedade aos familiares do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips. Que a Justiça seja feita!”, afirmou.
Na avaliação do senador Jean Paul Prates (PT-RN), o caso demonstra “mais um sinal do abandono da Amazônia” pelo atual governo. Segundo ele, a região está entregue ao narcotráfico e ao garimpo ilegal.
“O alinhamento das nossas instituições com o discurso de Bolsonaro deixou de lado o papel delas como garantidoras da lei e da ordem. Indígenas e ribeirinhos sobrevivem à margem da proteção do Estado brasileiro e sob constantes ameaças”, disse.
Os senadores Paulo Rocha (PT-PA), Humberto Costa (PT-PE) e Fabiano Contarato (PT-ES) também reforçaram o pedido para que o caso seja investigado e os culpados sejam identificados e punidos.
“Indígenas do Vale do Javari marcham neste momento em Atalaia do Norte pedindo justiça por Dom e Bruno. É uma situação que não pode se tornar comum na Amazônia. Vamos exigir a punições rigorosas dos autores intelectual e material desses crimes”, cobrou Paulo Rocha, ao postar imagens da manifestação em seu perfil no Twitter.
Para o senador Weverton (PDT-MA), a violência nas terras da Amazônia Legal é um dos grandes desafios que o país precisa enfrentar.
“Já vitimou vários maranhenses. Hoje deixou mais duas vítimas, o jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereirinha. Que o crime sirva de alerta nacional para encararmos o problema”, protestou.
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