O senador Jorge Kajuru (Podemos-GO) disse, em pronunciamento, nesta segunda-feira (13), que as autoridades brasileiras terão de esclarecer ao mundo o “provável assassinato” do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, desaparecidos há mais de uma semana na região do Vale do Javari, no Amazonas.
Para o senador, além do esclarecimento desse caso, as autoridades terão de explicar, também, por que desconsideraram todas as correspondências com denúncias de irregularidades na região amazônica, enviadas pela União dos Povos Indígenas do Javari ao Ministério Público Federal (MPF), à Polícia Federal, à Fundação Nacional do Índio (Funai) e à Força Nacional de Segurança Pública. Em sua opinião, o governo federal não atuou efetivamente na política ambiental do País.
— É quase o resultado de uma política caracterizada pelo desmonte dos órgãos ambientais e pela leniência com madeireiros, grileiros e garimpeiros ilegais, que proliferam na Amazônia — afirmou.
Kajuru também citou a decisão do governo federal que instituiu a Câmara Consultiva Temática “para avaliar dados sobre desmatamento e incêndios florestais”. De acordo com o senador, o objetivo desse colegiado pretendido pelo Executivo é "diferenciar crimes ambientais de outras atividades, utilizando bases de dados oficiais já existentes".
— O curioso é que a essa Câmara, coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente, terá representantes da Agricultura, da Defesa, da Economia e da Justiça, mas não inclui profissionais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Será que se camufla aí alguma tentativa oficial de maquiar números relativos ao desmatamento às vésperas da eleição?” — questionou.
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