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Com inflação revisada pra cima, IFI divulga relatório fiscal de junho
A Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado está prevendo uma ligeira alta da inflação para 2022 e 2023. Os números foram apresentados na edi...
21/06/2022 11h00
Por: Nathaly Guimarães Fonte: Agência Senado
A projeção para o IPCA foi revisada de 7,9% para 8,6% este ano e de 4,0% para 4,2% em 2023 - Foto: Gilson Abreu/AEN

A Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado está prevendo uma ligeira alta da inflação para 2022 e 2023. Os números foram apresentados na edição de junho do Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF). A projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi revisada de 7,9% para 8,6% este ano e de 4,0% para 4,2% no ano que vem.

O estudo reconhece que o IPCA de maio desacelerou: alta de 0,47% frente a 1,06% em abril. Em 12 meses, está em 11,73%, melhor portanto que os 12,1% registrados no mês anterior. Todavia, sem a influência de itens de maior volatilidade, o índice não arrefeceu.

"Os preços das commodities, que mantêm sua trajetória de alta, e a resiliência da atividade econômica ao longo do primeiro semestre ajudam a compor o quadro inflacionário", diz. 

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Os especialistas lembram ainda que avançaram no Congresso Nacional propostas de redução de impostos sobre combustíveis, iniciativas que podem ter impacto significativo nas projeções e diminuir em até 2,8 pontos percentuais a inflação de 2022 e elevar em até 1 ponto percentual a de 2023.

"Tão logo sejam aprovadas, seus efeitos serão revisados e incorporados às nossas projeções", explicam os técnicos. 

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Mercado de Trabalho melhor

Conforme o relatório da IFI, os dados divulgados pelo IBGE na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) foram positivos e mostram uma trajetória de recuperação no mercado de trabalho. A queda da taxa de desemprego ocorre em paralelo ao avanço das contratações e à diminuição do desalento (indivíduos que gostariam de trabalhar, mas desistiram de procurar emprego porque acreditam que não há vagas adequadas disponíveis).

"O rendimento real está se recuperando, o que também é um bom sinal, mas ainda permanece no terreno negativo, corroído pela alta da inflação", diz o documento. 

A taxa de desemprego atingiu 10,5% da força de trabalho no trimestre encerrado em abril, situando-se abaixo da taxa registrada no mesmo período do ano anterior (14,8%), posicionada em patamar inferior aos meses que antecederam a pandemia.

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"O número de pessoas desocupadas (11,3 milhões) ainda segue elevado, mas vem diminuindo e está abaixo do patamar de abril de 2021 (15,2 milhões)", completa. 

Selic mantida 

Em maio, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu elevar a taxa básica de juros em 1,0 ponto percentual, para 12,75%. Para a IFI, conforme sinalizações (no comunicado e na ata do encontro de maio) de um ajuste de menor magnitude e a proximidade do fim do ciclo de alta, os juros deverão subir para 13,25% na reunião de junho.

"Nossas projeções para a taxa Selic ao final de 2022 e 2023 foram mantidas em 13,25% e 9,5%, embora o deslocamento das pressões inflacionárias para o próximo ano possa afetar o espaço para redução dos cortes previstos atualmente". 

PIB em alta 

A Instituição Fiscal prevê que ao longo do segundo semestre, haja uma contração do Produto Interno Bruto, "dada a influência da política monetária mais restritiva e a desaceleração do crescimento mundial sobre o desempenho da economia", apesar disso, ela reviu sua projeção de crescimento do PIB de 1,% para 1,4% em 2022. 

"A divulgação do PIB do primeiro trimestre deixou um carregamento estatístico (carry-over) de 1,5% para 2022, ou seja, supondo variações nulas para os próximos três trimestres, o PIB registraria expansão de 1,5% no ano. A projeção preliminar para o segundo trimestre, realizada a partir de dados de alta frequência disponíveis, indica elevação de 0,4%", explica.