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CE analisa adesão ao Prouni de instituições estaduais e municipais não gratuitas
A Comissão de Educação (CE) se reúne nesta quinta-feira (30) para analisar uma pauta com 14 itens. Entre eles, o PLS 394/2018, que permite a adesão...
27/06/2022 17h15
Por: Nathaly Guimarães Fonte: Agência Senado
O presidente da Comissão de Educação, Marcelo Castro, em reunião do colegiado neste mês - Geraldo Magela/Agência Senado

A Comissão de Educação (CE) se reúne nesta quinta-feira (30) para analisar uma pauta com 14 itens. Entre eles, o PLS 394/2018, que permite a adesão de instituições estaduais e municipais não gratuitas ao Programa Universidade para Todos (Prouni). De autoria do ex-senador Airton Sandoval, a matéria tem o parecer favorável do senador Alessandro Vieira (PSDB-SE). Os integrantes da comissão também podem aprovar criação da Escola Nacional de Gestores Educacionais (Enge).

Atualmente, o Prouni concede bolsas de estudos integrais e parciais em instituições de ensino superior privadas, com ou sem fins lucrativos. Ao aplicar às instituições de ensino superior municipais e estaduais as mesmas regras de adesão previstas para as privadas, a proposta quer facilitar o acesso de estudantes carentes a universidades públicas não gratuitas. Diferentemente das universidades federais, o ensino superior em muitas universidades municipais e algumas estaduais é pago por mensalidade dos alunos, mesmo que os estabelecimentos não tenham fins lucrativos.

Para o relator, ao facilitar o acesso de estudantes carentes às instituições de ensino superior pagas, o projeto vai contribuir para o alcance da Meta 12 do Plano Nacional de Educação (PNE) 2014-2024: aumento das taxas bruta e líquida de matrícula na educação universitária. Alessandro destacou ainda, no parecer, entendimento da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) no sentido de que a proposta não gera despesa, já que apenas amplia o leque de instituições de ensino superior aptas a aderir ao Prouni.

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Gestão educacional

Os senadores também podem votar na CE o projeto que autoriza a criação da Escola Nacional de Gestores Educacionais (Enge), com sede em Brasília e pelo menos uma unidade em cada região do país. De acordo com o PL 4.200/2019 , de autoria do senador Jorge Kajuru (Podemos-GO), a escola é destinada a oferecer cursos de formação e de capacitação de gestores educacionais, inclusive em nível de pós-graduação, para o exercício de funções de gerência no âmbito educacional. A matéria tem parecer favorável do senador Veneziano Vital do Rêgo (PMDB-PB).

Kajuru afirma na justificativa do projeto que em outras áreas da administração pública federal existem, há bom tempo, escolas de alto nível para a formação de gestores. São os casos da Escola de Administração Fazendária (Esaf) — criada em 1973, mas com origens em 1945 — e da Escola Nacional de Administração Pública (Enap), de 1990, por transformação da antiga Fundação Centro de Formação do Servidor Público (Funcep), dos anos de 1980.

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“O trabalho de qualificação de profissionais da educação a ser desenvolvido pela Enge permitirá que a gestão educacional brasileira entre definitivamente no século21, contribuindo fortemente para corrigir as omissões e os desvios que têm sido identificados na educação brasileira”, argumenta o autor.

Veneziano Vital do Rêgo reforça que diretoras e diretores engajados criam ambiente escolar favorável à cooperação, à solução dialógica dos conflitos e ao sucesso na aprendizagem. “E é por isso que é preciso investir ainda mais na formação desse profissional, tarefa que hoje está a cargo das faculdades de educação, cuja obrigação primeira de formar os professores nem sempre está associada à necessidade de formar gestores”, conclui em seu parecer.

Cordel

Outra proposta que pode ser votada nesta quinta-feira inclui a literatura de cordel, o repente e demais manifestações culturais baseadas no improviso no currículo da educação básica (PLS 136/2018).

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Autora do projeto, a ex-senadora Regina Sousa destaca no texto que a literatura de cordel é um dos gêneros literários mais conhecidos no Brasil. Geralmente apresentado na forma de folhetos, o cordel tem raízes na tradição oral, com origens que remontam à Idade Média e ao Renascimento. Por meio da impressão, a poesia de cordel se popularizou em nosso país, especialmente na Região Nordeste.

O relator, senador Paulo Paim (PT-RS), é favorável à proposta. Ele considera o PLS “de extrema relevância educacional”, pois “a medida terá o condão de promover o conhecimento e a cultura”. Como o PLS é terminativo na CE, caso aprovado, segue direto para a Câmara dos Deputados, a não ser que haja recurso para votação no Plenário do Senado.

Personalidades homenageadas

Os senadores podem votair ainda projeto que inscreve o nome de Dorina de Gouvêa Nowill no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria (PL 3.903/2021). Proposta pela senadora Mara Gabrili (PSDB-SP), a matéria tem parecer favorável da senadora Leila Barros (PDT-DF). 

Já o PL 2.793/2019, de autoria da Câmara dos Deputados, declara Ayrton Senna da Silva Patrono do Esporte Brasileiro. O relator, senador Dário Berger (PSB-SC), é favorável à aprovação.

Audiências públicas

A pauta também inclui três requerimentos para análise dos senadores. Um deles, apresentado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), pede que o ministro da Educação, Victor Godoy, preste esclarecimentos sobre problemas no Portal do MEC relacionado à revalidação no Brasil de diplomas estrangeiros de medicina (o Revalida). Esses problemas, segundo Randolfe, vêm "dificultando sobremaneira a revalidação simplificada dos diplomas obtidos em instituições estrangeiras já plenamente avalizadas pelas normas nacionais, por uma inoperância tempestiva dos sistemas do ministério".

Já o REQ 57/2022 - CE requer a promoção de audiência pública com o objetivo de instruir o PL 1.706/2019, que trata de normas para concessão do Passe Livre Estudantil.

Por fim, o REQ 58/2022 - CE propõe audiência pública para debater os desafios para o funcionamento das instituições federais de ensino superior em 2022 e a situação dos bolsistas da pós-graduação no Brasil, em função dos cortes nos recursos para a educação anunciados pelo governo federal e do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2023 (PLN 5/2022)

Estradas e pontes

Também constam na pauta para deliberação dos senadores cinco projetos que dão nomes a estradas e pontes no Brasil, todos com relatório pela aprovação: