O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) registrou, em pronunciamento nesta terça-feira (28), a decisão da Suprema Corte de Justiça dos Estados Unidos que, na semana passada, suspendeu por seis votos a três a chamada Roe contra Wade, que há 50 anos dava garantias constitucionais às mulheres norte-americanas para praticar o aborto legal no país.
Girão frisou que, na semana passada, o “Brasil produziu uma verdadeira tragédia”, e lamentou a decisão do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) que determinou que uma menina de 11 anos de idade, “supostamente estuprada, pudesse abortar uma criança com sete meses de vida”.
— O correto, nesse caso doloroso, seria o acolhimento afetivo da menina-mãe, com a realização de um parto prematuro e, havendo concordância, se procedesse ao encaminhamento para adoção amorosa, pois, além da eliminação desse bebê, de uma criança indefesa, a menina foi condenada a carregar pelo resto da vida o trauma do aborto. O Congresso Nacional brasileiro vem legislando com eficácia e impedindo a legalização do aborto (um crime), em sintonia com a população brasileira, pois, de acordo com praticamente todas as pesquisas de opinião, e para todos os gostos, nada menos que 80% dos brasileiros são contra o aborto — afirmou.
De acordo com Girão, a repercussão do caso fez com que grande parte da mídia nacional divulgasse uma matéria “tendenciosa e maldosa” do site The Intercept, com o objetivo de “demonizar a posição justa, legal e responsável" tomada pela juíza Joana Ribeiro, da cidade de Tijucas (SC), que pretendia impedir que a garota fizesse a interrupção da gravidez. Entretanto, disse o senador, os veículos de comunicação “esconderam o tempo todo da população que o estuprador é um garoto de 13 anos de idade que vive sob o mesmo teto da vítima”.
Girão destacou, ainda, sua participação em audiência no Ministério da Saúde, em que foi discutida uma nota técnica sobre o aborto. O parlamentar parabenizou a atitude do governo federal pela proposta que objetiva “promover avanços na defesa da vida desde a concepção e também a da saúde da mulher, buscando punir, buscando denunciar, o estuprador''.
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