Uma população que se aproxima do número de habitantes do estado do Rio de Janeiro, o terceiro mais populoso do país, com 17,46 milhões de pessoas, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). De acordo com a PNS (Pesquisa Nacional de Saúde), também elaborada pelo órgão, o número de brasileiros que são portadores de alguma deficiência somam cerca de 17,3 milhões, o equivalente a 8,4% da população em geral.
Dentre os cidadãos com alguma deficiência, mais da metade (67%) não têm instrução ou não concluíram o ensino fundamental. Para efeito de comparação, entre as pessoas sem deficiências, esse porcentual é de 30%. Neste panorama, o governo federal lançou a nova PNEE (Política Nacional de Educação Especial) por meio do Decreto nº 10.502, de 30 de setembro de 2020. A medida institui a PNEE com uma proposta “Equitativa”, “Inclusiva” e com “Aprendizado ao Longo da Vida”.
Para o especialista em tecnologia da inovação Andre Aziby Camilo Maffra, o decreto federal trouxe à tona a importância do debate a respeito da educação especial no país. Ele defende que a tecnologia pode ser útil no ensino de pessoas com necessidades especiais e pode funcionar para estudantes com TEA (Transtorno do Espectro Autista) - que tendem a ter grandes dificuldades sociais e de relacionamento, que resultam em dificuldades de assimilar conteúdo da forma tradicional.
“A tecnologia é uma ferramenta importante para o auxílio educacional de alunos especiais. Para pessoas com autismo, os métodos de ensino disponíveis na internet e em aplicativos são efetivos, permitindo que o aluno encontre meios alternativos de aprendizagem com os quais melhor se identifique”, afirma Maffra. “Para os autistas, especificamente, recursos como vídeos animados e didáticos se mostram muito efetivos”, complementa.
Para além dos indivíduos com autismo, prossegue o especialista, pessoas com uma série de necessidades especiais também podem receber o auxílio de ferramentas tecnológicas na educação.
“Crianças, adolescentes, jovens e adultos que convivem com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) são um exemplo de estudantes que podem utilizar recursos como jogos educativos, que exigem um alto nível de interação”, explica.
Neste ponto, Maffra destaca que jogos de estratégia, em particular, são eficientes e mantêm os estudantes concentrados e ativos, impedindo que eles se distraiam facilmente e que fiquem inquietos durante a atividade.
“Além do mais, vale destacar a importância das tecnologias para alunos que têm dislexia e discalculia que são, respectivamente, a dificuldade de entender símbolos como letras (dislexia) e números (discalculia)”, informa ele.
Por fim, o especialista em tecnologia da inovação explica que os jogos e aplicativos em que a velocidade de ensino pode ser mais lenta e mais didática são uma alternativa para o estudante que não consegue acompanhar os colegas. “As tecnologias democratizaram o ensino, oferecendo recursos para que as pessoas especiais possam aprender o conteúdo em um ambiente controlado e em uma dinâmica menor, com jogos de soletrar, de trivia e sudoku, por exemplo”, finaliza Maffra.
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