Ao avaliar a conjuntura social e política do Brasil às vésperas das eleições, o senador Lasier Martins (Podemos-RS) disse, em pronunciamento nesta quarta-feira (13), que estamos passando por um momento “controvertido e conturbado”. Em sua opinião, chegamos ao segundo semestre sem que medidas estruturantes tenham sido efetivadas, como a reforma tributária e a administrativa, e que a pauta tem sido constituída de assuntos que em nada contribuem para o desenvolvimento da nação.
— O momento é conturbado por um processo eleitoral tão polêmico em razão do debate sobre as urnas eletrônicas, confiáveis para uns e inconfiáveis para outros; e mais, impressionante é o nível de ódio, de agressões verbais, de violência e, principalmente, de apreensões nesse período pré-eleitoral que estamos vivendo —afirmou.
Para Lasier, o cenário nacional vive a cada dia uma série de “notícias desconcertantes”. Citou, como exemplo, a recente entrevista na revista Veja do ex-tesoureiro do “mensalão”, Marcos Valério, que revelou ter informações sobre os mandantes do assassinato do ex-prefeito de Santo André (SP), Celso Daniel, há duas décadas. Para o senador, diante desses fatos novos, é urgente a reabertura do caso.
— O caso precisa ser reaberto, e isso é missão obrigatória do Ministério Público Federal e da Polícia Federal. A impunidade tem sido uma triste marca no Brasil há bastante tempo, com inúmeros exemplos de inversão de valores, como, por exemplo, o estrondoso caso da Lava-Jato, em que os crimes de fato existiram; rombos bilionários foram cometidos contra o erário, mas, hoje, já se sabe, ninguém está sendo punido e alguns réus chegam ao atrevimento de pleitear a devolução de verbas roubadas — declarou.
Lasier também citou os altos índices de “descrédito” pelo qual está passando o Supremo Tribunal Federal (STF) perante a opinião pública, pelo não cumprimento da Justiça, que é o que dele espera a população.
O senador criticou o orçamento secreto aprovado pelos parlamentares, que, em sua opinião, além de trabalhar com valores altíssimos, não é transparente para a sociedade. E que todo dinheiro público deve ser utilizado com o zelo e a transparência que merece.
— Transparência é fundamental no uso do dinheiro público, e essa mazela tem sido - por que não? - uma das explicações para a revolta popular que hoje se observa, tanto quanto a geração de violências por parte dos inconformados com a liberdade dos delinquentes da Operação Lava-Jato — afirmou.