Os parques de energia eólica offshore estão prestes a se tornar uma das principais fontes de energia limpa e renovável no processo de descarbonização da economia. Atualmente as instalações offshore estão em processo de licenciamento ambiental no Ibama. São mais de 50 projetos, totalizando 133 GW (Gigawatts) de capacidade. Destes, cerca de 20% estão instalados no Ceará e a produtividade esperada é de quase 60% acima da média mundial. As características geográficas potencializam os resultados, por conta das baixas profundidades, estar próximo à costa e possuir ventos potentes, constantes e bem direcionados.
Cada GW (gigawatt) instalado representa cerca de US$ 2 bilhões em investimentos e mais de 10 mil empregos criados. "Deveremos ter novos empregos ligados à área de administração e direito para a elaboração de contratos e modelos de negócios, em engenharia no desenvolvimento dos projetos, nas escolas e universidades para a capacitação de profissionais, em obras de construção, na operação e manutenção de equipamentos, no setor de transporte, e em várias outras atividades em toda a cadeia produtiva da produção de energia eólica no mar", ressalta o coordenador do núcleo de energia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC).
O processo de implantação de offshore está sendo pautado pelo detalhamento dos regulamentos necessários e também da realização de leilão federal para a aquisição dessa nova fonte de energia limpa e renovável. Com isso, será possível incentivar o desenvolvimento desse tipo de produção, propiciando condições para o aproveitamento do enorme manancial existente no Brasil.
Uma das empresas que está com projeto em fase avançada é a BI Energia. "Quando começamos a realizar os estudos ainda em 2016 quase não se falava sobre essa produção e hoje temos mais de 50 projetos aguardando liberação. Enquanto isso não acontece, damos continuidade a outras pesquisas. Essa é uma atividade que traz investimentos que irão elevar consideravelmente o PIB do Ceará", ressalta Lúcio Bomfim, sócio e diretor executivo da BI Energia.
O Ceará é pioneiro nesse mercado de geração de energia e o Brasil poderá ser um dos maiores players mundiais de Hidrogênio Verde. "O Brasil hoje já tem 82% de fonte renovável e tem um potencial enorme para a produção do Hidrogênio Verde que será o combustível a substituir a gasolina e o diesel. Essa produção não deve ficar apenas para consumo interno é preciso distribuir para os maiores consumidores de energia que são os setores da indústria, siderúrgica, transporte. Com o H2V, não haverá mais emissão de CO2, o grande vilão do meio ambiente que tem feito elevar as temperaturas dos países da Europa como Espanha, França e Portugal", comenta Lauro Fiuza Junior, presidente do conselho do Grupo Servtec Energia.
FIEC Summit
A produção de energia eólica por projetos offshore será um dos temas discutidos durante o FIEC Summit durante o painel "Desafios da Eólica Offshore no Brasil", com a participação do presidente do conselho da Servtec; de Adão Linhares, secretário executivo de energia e telecomunicações da Seinfra e de Carlos Alberto Mendes, superintendente da Semace; com moderação do presidente do Sindienergia, Luiz Carlos Queiroz.
O FIEC Summit acontece nos dias 03 e 04 de agosto, na Casa da Indústria, de forma híbrida, com inscrições abertas no site: www.fiecsummit.org.br. O evento será palco de palestras e apresentações de cases nacionais e internacionais, além de exposições, debates e rodadas de negócios.
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