A economia brasileira vive um período desafiador em 2022. Em meio a uma forte retração corporativa, demissões em grandes escalas e a alta de juros, o risco da inadimplência no setor contábil também aumenta, uma vez que seus clientes são empresas sujeitas a este cenário. Segundo a superintendência de pesquisa macroeconômica do Santander, a alta da taxa básica de juros (Selic) prevista pelo mercado para os próximos meses deve desacelerar a recuperação das atividades econômicas e dos empregos que ocorreu nos últimos meses. A taxa de juros projetada para este ano é de 14,25%.
Em um escritório de contabilidade, o não cumprimento dos pagamentos pode impactar diretamente na organização estratégica. “Este planejamento pode contemplar melhorias para o escritório e colaboradores, como capacitação e treinamento, novos benefícios, aquisição de novas tecnologias para modernizar processos ou expansão do negócio. A inadimplência dos clientes pode frustrar e adiar esses planos”, comenta Cristiane Andrade, Contadora e Diretora do Sucesso do Contador na Omie, plataforma de gestão (ERP) na nuvem.
Cristiane avalia que ações econômicas externas e um mercado estagnado podem contribuir para o aumento da inadimplência contábil, mas a tecnologia surge como um caminho para ajudar na organização e controle financeiro das empresas do setor. “Os profissionais precisam buscar recursos para automatizar os processos e, dessa forma, ter maior controle em tempo real da movimentação financeira do escritório e de seus clientes. Assim, será possível entender quais empresas estão inadimplentes, há quanto tempo, quais os motivos e pensar em soluções em conjunto, até mesmo, para auxiliar aquele cliente. Olhando para dentro de casa, sempre pensamos em como nossos clientes e parceiros contábeis poderão ser impactados por esses pontos, o que nos fez desenvolver um sistema mais completo e unificado que possa agir para evitar ‘dores de cabeça’ causadas pela gestão financeira”, diz a contadora.
A automatização de processos, por meio de softwares contábeis onlines e integrados, como visto com os ERPs, contribui para a gestão financeira, além de otimizar tempo e produtividade dos colaboradores, que poderão centralizar esforços em tarefas mais estratégicas. Dentre as vantagens, possibilita aos contadores ter maior controle do fluxo de caixa e em tempo real, além de conciliação bancária automática, controle de contas a pagar e a receber, planejamento financeiro empresarial, resumo financeiro diário, antecipação de recebíveis online, relatórios personalizados para cada cliente, controle de centro de custos, emissão e controle de boletos, além de conta corrente digital e linha de crédito, sem necessidade de garantias.
Além do cenário desafiador do mercado, Cristiane considera que imprevistos acontecem e um cliente pode, até mesmo, esquecer um pagamento. “Eventualidades podem ocorrer com qualquer cliente e, nesses casos, a tecnologia também pode ser uma aliada do contador. É possível automatizar o processo de gestão de contratos, a emissão de boletos ou implementar uma régua de cobrança automática. Esses passos ajudarão na gestão dos clientes e a lembrá-los sempre de suas obrigações financeiras”, afirma a diretora da Omie.
Por fim, a boa relação com o cliente é fundamental para evitar maiores problemas. “É fato que a inadimplência pode acontecer até com os melhores clientes. Além da tecnologia como aliada nos processos e troca com as empresas, o fator consultivo também é essencial. Entender a realidade daquele cliente e tentar ajudá-lo a resolver seu problema trará benefícios para ambas as partes”, avalia Cristiane. A executiva ainda complementa que negociar as dívidas ou fazer acordos para pagamentos mais acessíveis pode fortalecer a relação com o cliente, além do contador receber pelo serviço prestado.
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