A medicina é uma das áreas que mais tem sido impactada com os avanços da tecnologia. Um exemplo é a cirurgia robótica. O procedimento, que já é realidade para muitos pacientes no Brasil, abrange áreas como Urologia, Ginecologia, Cirurgia Geral e do Aparelho Digestivo, Coloproctologia, Cirurgia Torácica, Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Cirurgia Cardíaca, Cirurgia Pediátrica e Cirurgia Oncológica.
A cirurgia robótica é uma operação por acesso laparoscópico, ou seja, por pequenos orifícios por onde são introduzidas uma câmera e pinças cirúrgicas que são movidas pelo cirurgião. Durante o procedimento, o médico fica sentado controlando uma espécie de console, que controla os “braços” do robô. Os pacientes que se submetem a uma cirurgia robótica tem inúmeras vantagens, como, por exemplo, menos dor no pós-operatório, menor taxa de infecção após a cirurgia, menos sangramento durante a cirurgia, além de ficarem menos tempo hospitalizados.
Em março, a resolução do Conselho Federal de Medicina 2.311/2022 foi regulamentada e estabeleceu novos critérios para que esse tipo de cirurgia pudesse ser realizada no país. Segundo a resolução, a cirurgia robô-assistida é a modalidade de tratamento cirúrgico a ser utilizada por via minimamente invasiva (aberta ou combinada) cuja eficácia e a segurança já tenha sido comprovada no tratamento das doenças.
De acordo com o Dr. Carlos Vaz, urologista e especialista em cirurgia robótica e uro-onconlogia, esse tipo de procedimento também é indicado para o tratamento do câncer de próstata. “A cirurgia é aconselhada para a retirada da próstata por se tratar de uma operação delicada e minuciosa. O esfíncter, que é responsável pela incontinência urinária, também fica muito próximo da próstata e com a cirurgia robótica essas estruturas são mais preservadas. Além disso, a recuperação é mais veloz e o paciente pode retornar mais rápido para seus afazeres do dia a dia”, explica.
Tumores renais também são tratados com cirurgia robótica
A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou que em 2020 foram mais de 400 mil diagnósticos e 170 mil mortes por câncer renal no mundo. No Brasil, ainda de acordo com a OMS, a doença está entre os 13 tipos de câncer mais incidentes, com quase 12 mil casos, o que corresponde de 2% a 3% de todos os casos de câncer em adultos. O câncer renal representa 3% das doenças malignas que acometem adultos em todo o mundo.
Segundo Dr. Carlos Vaz, a nefrectomia é um tipo de cirurgia indicada durante o tratamento desse tipo de tumor. Para a retirada dos tecidos comprometidos pela doença é necessário fazer uma interrupção do fluxo sanguíneo e quanto mais rápido for realizado o procedimento no paciente, menor será o comprometimento do rim. “Nesse momento, a cirurgia robótica se torna um diferencial, pois o procedimento tende a ser mais ágil e até mesmo mais preciso”.
Como o rim é um órgão muito vascularizado, a possibilidade de sangramento é muito grande. No entanto, com a visualização em 3D, a ampliação da imagem e a precisão dos movimentos que o robô nos oferece, a realização das suturas se torna muito mais rápida e precisa, evitando a perda de sangue”, pontua.
Outro ponto importante a ser considerado na robótica é em relação a uma maior preservação dos néfrons, que são unidades básicas dos rins responsáveis pela formação da urina, ou seja, a possibilidade de operar sem comprometer a função renal. “A habilidade e experiência do médico cirurgião ao realizar esse procedimento, aliada à tecnologia do robô aumenta muito as possibilidades de melhores resultados para o paciente”, ressalta Vaz.
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