Uma parceria entre a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) resultou em uma solução inovadora e mais natural para uso em clareamento dental. A formulação utiliza cogumelos comestíveis do tipo Shimeji e possibilita a remoção de manchas nos dentes sem o uso de produtos químicos abrasivos que, em certos casos, podem prejudicar o esmalte dos dentes.
De acordo com informações da Unicamp, o método possibilita o reaproveitamento de partes descartadas da produção de cogumelos, o que colabora com a redução da geração de resíduos e possibilita um melhor destino a partes que poderiam ir parar no lixo. Considerada uma tecnologia “verde”, a invenção possibilita o extrato a partir do chapéu ou do talo do shimeji, necessitando de um mínimo de tratamento. A tecnologia também não exige substâncias isoladas, que demandam processos de produção mais complexos e caros.
O resultado da pesquisa já está licenciado para a Webbe Startups, da própria Unicamp, e que deverá atuar na comercialização da invenção. A startup irá testar o produto em três formulações diferentes: gel para clareamento com uso de moldeira para os dentes, creme dental e enxaguatório bucal.
O produto deve ser uma solução mais natural a concorrer em um mercado em que as tecnologias para clareamento vêm evoluindo ao longo dos anos. Segundo a cirurgiã dentista Jamila Maria Sá de Carvalho, o clareamento dental costuma ser o primeiro passo de um desejo cada vez mais presente entre pacientes que procuram clínicas odontológicas atrás da chamada odontologia estética.
“As pessoas estão a cada dia mais em busca do “sorriso perfeito”, com dentes brancos e alinhados. Para isso, temos uma gama de procedimentos que podem ser utilizados para realizar o sonho dos pacientes, começando pelo clareamento dental, que pode ser feito em consultório, com três a quatro sessões de 40 minutos, em média; ou pode ser feito em casa, com uso de moldeiras feitas especificamente para o paciente, que utiliza o produto clareador durante duas horas por dia em um período de 15 a 21 dias, dependendo do caso”, explica.
Ela ressalta que as técnicas utilizadas permitem clarear a estrutura dentária e requerem uma manutenção a cada três anos. As tecnologias atuais, no entanto, não impedem o aparecimento de manchas, por exemplo, e por isso o paciente precisa ter alguns cuidados. “Cientificamente, a única coisa que realmente tem o poder de manchar o esmalte dentário é a nicotina, que é capaz de mudar a cor do substrato dentário. Uma boa escovação, visitas periódicas ao dentista, profilaxia a cada seis meses, são capazes de manter os dentes sem manchas”, informa ela, que tem mais de 12 anos de experiência em Odontologia.
Procedimentos estéticos mais desejados nos consultórios odontológicos
Jamila de Carvalho informa que entre os procedimentos estéticos buscados nos consultórios para melhorar o sorriso, o clareamento costuma ser financeiramente mais acessível. Para clientes de renda média, um tratamento que tem sido bastante procurado utiliza facetas (ou lentes) em resina.
“Trata-se de um procedimento relativamente rápido, em que o paciente pode mudar cor, forma e tamanho dos dentes em um único dia, e com um preço acessível. Porém esta técnica requer uma manutenção (polimento) a cada seis meses, pois a resina é um material que pode mudar de cor ao longo do tempo”, informa.
Para quem pode pagar mais, a cirurgiã dentista explica que o tratamento mais desejado é o que utiliza facetas de porcelana, em que são feitos pequenos desgastes nos dentes e, por meio de moldes, são confeccionados laminados cerâmicos. Quando prontos, são colados um a um sobre os dentes. “É um procedimento mais caro e um pouco mais demorado comparado às facetas em resina, porém o resultado é mais bonito e não requer manutenções periódicas, pois a porcelana não tende a mudar sua cor com os anos”, acrescenta.
Clareamento dental com uso de cúrcuma, casca de banana ou carvão ativado não funciona, conclui pesquisa da USP
Na busca pelo sorriso perfeito, muita gente tem procurado receitas caseiras difundidas na internet, mas que não têm comprovação de eficácia. Um estudo realizado na Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP), campus de Ribeirão Preto, concluiu que o uso de casca de banana, cúrcuma e carvão ativado não são eficazes no clareamento dos dentes.
Os experimentos utilizando métodos de clareamento caseiro mais clicados em sites, como o uso dos três componentes, duraram dois anos e utilizaram como base escovação em dentes bovinos. No caso da cúrcuma e do carvão ativado, os pesquisadores observaram que, além de serem ineficazes para clareamento, as duas substâncias podem ser prejudiciais, pois desgastam a superfície do dente, podendo formar buracos, alterando a sua estrutura.
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