O ano de 2022 tem sido marcado pelo crescimento exponencial do mercado de energia solar. A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) aponta que, no mês de julho, a potência instalada operacional deste tipo de fonte chegou a 16,4 gigawatts. Um incremento de aproximadamente 30% em relação ao mesmo período do ano passado. Com o avanço, o maior dos últimos 10 anos, o segmento passa a ocupar a terceira posição na composição da matriz energética nacional. O ótimo momento para o setor deve ser refletido também na geração de empregos, com cerca de 350 mil postos de trabalho formais criados para atender a demanda do setor ainda em 2022.
Especialistas de mercado explicam que há uma gama de fatores favorecendo o segmento. Por exemplo, o custo elevado da energia elétrica, que torna mais atraente a comparação de custo-benefício para investir na instalação de placas e baterias para captação de energia solar; e o aumento da oferta de financiamentos para instalação desses sistemas, tornando seu acesso mais fácil e democrático.
Levantamento realizado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) corrobora esta popularização e mostra que 4,3% do consumo do mercado regulado já é proveniente da geração de energia por painéis instalados em residências, comércios e indústrias. De fato, a produção neste tipo de instalação, conhecida como micro e miniusinas solares, teve um desenvolvimento de 80% entre junho deste ano e o mesmo mês de 2021.
As empresas que atuam no setor estão bastante otimistas com a geração de negócios, principalmente por conta de todos os benefícios que a energia fotovoltaica oferece socioeconômica e ambientalmente. A Baterias Moura, que há mais de 15 anos atua neste mercado, revela que a procura pelo Moura Bess – solução que armazena energia e pode ser adotada tanto para sistemas de fonte renovável isolado quanto os interligados à rede, mitigando intermitências – tem avançado significativamente. “Notamos um maior interesse do mercado por soluções que conciliem a geração de energia por fontes renováveis com o sistema elétrico nacional, principalmente porque permite a redução de custos. O sistema fotovoltaico tem uma média de vida útil de 25 a 30 anos e é uma fonte limpa de energia”, comenta Luiz Mello, Diretor Comercial do BESS na Moura.
O especialista explica que o recurso já está sendo observado e adotado, inclusive garantir um suprimento consistente a regiões mais isoladas e comunidades indígenas. Nas cidades de Pacaraima e Amaraji, em Roraima, serão construídas as duas primeiras usinas híbridas para sistemas isolados no país. A iniciativa, que consorcia e otimiza a geração de energia das fontes térmica a diesel e solar fotovoltaica, vai beneficiar cerca de 30 mil pessoas nas duas cidades e reduzir o consumo de cerca de 6,7 milhões de litros de diesel durante cinco anos de operação. O projeto, em desenvolvimento pela Moura e o Grupo Oncorp, deve servir de benchmark para novos empreendimentos em outras regiões.