O mercado para profissionais de Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC) segue na contramão da crise de emprego instalada no país. Levantamento da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom) mostrou que o setor criou 12,7 mil novos postos de trabalho por mês, no primeiro semestre deste ano. No período, foram 76.340 novos profissionais da área contratados. Já a falta de postos de trabalho nas demais áreas atingiu 10,1 milhões de brasileiros no 2º trimestre de 2022, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O levantamento da Brasscom, conhecido como Monitor de Empregos e Salários, indicou que o Macrossetor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) está há dois anos sem registrar diminuição na oferta de vagas de trabalho para profissionais da área. O aumento das vagas não é interrompido desde junho de 2020. No período de janeiro a junho deste ano, as contratações tiveram um crescimento de 4% em relação ao número total de pessoas que estavam empregadas no fim do ano passado, que correspondiam a 1,9 milhão de profissionais.
Nesse cenário de pleno emprego para profissionais de TIC, uma das que se destacam é a desenvolvimento de softwares. Com 12 anos de experiência na área de Tecnologia da Informação, Baltazar Gonçalves dos Anjos Junior explica que a revolução nos meios de consumo dos últimos anos, aliada às novas formas de relacionamento entre consumidores e fornecedores, são alguns fatores que explicam a maior demanda por profissionais da área, especialmente da microárea de desenvolvimento e programação.
“Hoje, para suprir essa demanda de aplicações e serviços tecnológicos, temos o ambiente de desenvolvimento que é composto por vários times e profissionais com diferentes especialidades. Portanto, um profissional que é essencial e bastante requisitado no mercado atual é o desenvolvedor de software”, destaca.
O profissional comenta que após a decisão de seguir nessa microárea dentro do universo de TI, o aspirante a desenvolvedor deverá decidir em qual vertente da programação vai querer atuar. Segundo ele, as principais opções existentes no mercado são: Web, Desktop, Internet das Coisas (ou Internet of the Things (IOT), do termo em inglês) e Business Intelligence (BI).
“Depois de se aprofundar um pouco em cada uma dessas vertentes, ainda é preciso refinar a área de especialização desejada, sendo elas: Front End, Back End e Full Stack. Finalmente, após identificada a área de interesse, é hora de escolher a linguagem de programação. No mercado, cada área tem sua lista de linguagens de programação mais utilizadas”, informa ele.
Baltazar dos Anjos Junior ressalta, no entanto, que antes de iniciar os estudos da linguagem de escolhida, é preciso entender os fundamentos básicos de programação. “Outro ponto muito importante é entender e ser capaz de manipular outras tecnologias modernas no desenvolvimento de software, como computação na nuvem, formas de armazenamento de dados, como banco de dados, local storage, cache, dentre outras. Com essas diretrizes alinhadas, é hora de traçar uma rota e entrar no mercado de trabalho”, conclui.
Emprego nacional no setor das TIC tiveram crescimento de 2,7% em um ano
Segundo o Monitor de Empregos e Salários da Brasscom, o aumento das ofertas de trabalho no macrossetor de TIC é maior do que no restante da economia brasileira. Entre junho de 2021 e junho deste ano, os empregos nacionais tiveram crescimento de 2,7%. Outro diferencial do setor é relacionado aos salários, que costumam ser 118% acima do salário médio nacional.
Desde 2020, o setor vem registrando apenas saldos positivos quanto às novas contratações. Os dados da entidade mostram que em 2020 foram criados mais de 50 mil postos de trabalho. Já em 2021, o número foi quase quatro vezes maior e alcançou 198,6 mil novos postos. Para este ano, se a média de novos empregos seguir a tendência do primeiro semestre, o macrossetor deverá ultrapassar a marca de dois milhões de pessoas empregadas até o mês de dezembro de 2022.
O macrossetor de TIC é formado por empresas de tecnologia, operadoras de telecomunicações, e o TI in House, referente à contratação de profissionais de tecnologia por empresas de outros setores, como bancos, comércios eletrônicos, etc.
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