Durante muito tempo a indústria se protegeu dentro de uma bolha. Enquanto empresas de todos os segmentos eram alvos fáceis de cibercriminosos, a indústria mantinha as estatísticas baixas. Nos últimos anos, o surgimento da Indústria 4.0, muito mais conectada nacional e globalmente, com foco na inovação em várias frentes tecnológicas, também a segurança digital começou a ser mais testada. No mundo conectado de hoje, a combinação entre a falta de preparação do setor e uma vasta gama de vulnerabilidades em potencial torna as empresas de manufatura alvos ideais para hackers.
Dados mostram que, em 2022, uma fraude tem sido evitada a cada 30 segundos. Entre janeiro e maio deste ano, foram identificadas mais de 3,4 milhões de tentativas de fraudes digitais – o que corresponde à quase totalidade dos números do ano anterior. O principal meio explorado para esse tipo de golpe é o phishing, que chega principalmente por meio de SMS, e-mail ou aplicativos de mensagens. Também o ransomware tem sido usado em ataques tanto a máquinas controladas pelo sistema Windows como os baseados em Linux, possibilitando assim o comprometimento da infraestrutura.
Embora as indústrias (especialmente as empresas de gás e petróleo) tenham aumentado sua segurança substancialmente nos últimos anos, a atuação de cibercriminosos impõe investimentos em segurança cibernética ainda maiores. Relatório da Global Market Insights aponta um aumento de investimento em segurança digital, nos Estados Unidos, de US$ 1,5 bilhão para US$ 7 bilhões até 2024 – o que acaba influenciando vários outros países.
De acordo com Adriano Filadoro, CEO da plataforma Vigilant e especialista em segurança digital, não é hora para se descuidar da segurança dos dados. “É alto o número de indústrias com práticas de segurança cibernética insuficientes, tornando-as suscetíveis a violações e perda de dados. Para vencer os cibercriminosos é essencial tomar medidas combinadas. Ou seja, adotar hábitos de prevenção a fraudes digitais e coordená-las com soluções de proteção cibernética”.
Filadoro chama atenção para três dados do mercado nacional:
“Além de ser fundamental identificar, isolar e eliminar um invasor, é necessário trabalhar a cultura da indústria no sentido comportamental, através do treinamento dos colaboradores, da conscientização sobre a importância da segurança da informação e sobre a responsabilidade individual. Ao mesmo tempo, é necessária a adoção de políticas de segurança, política de acesso e log de acesso, configuração de firewall com as regras de acesso, configuração de filtro de pacotes de hospedagem com lógica de filtragem etc.”, diz o executivo.
Para não pôr em risco todo investimento realizado em pesquisa, desenvolvimento e inovação (P,D&I), a indústria precisa estabelecer parcerias consistentes com especialistas em antifraude. “Quer haja uma equipe interna de analistas de fraude, quer toda a prevenção seja terceirizada, um software robusto de detecção e prevenção de fraudes é de vital importância para empresas de qualquer setor hoje em dia. Com uma massiva presença online, é decisivo para os negócios que as fábricas estejam devidamente preparadas para bloquear um ataque hacker”, afirma Filadoro.
O especialista destaca cinco ações criminosas mais comuns na Indústria 4.0:
Fonte: Adriano Filadoro, CEO do Vigilant.
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