A tecnologia blockchain há algum tempo ultrapassou as fronteiras das transações com criptomoedas e vêm ganhando espaço em outros variados setores; ela é uma das principais tendências de tecnologia disruptiva para os negócios nos próximos anos, segundo o relatório Tech Trends 2022.
Ao possibilitar registrar, rastrear e verificar interações e transações de forma descentralizada, o blockchain vem sendo apontado como solução para dar mais transparência e eficiência às práticas ESG – e assim, contribuir significativamente para reduzir o aquecimento global e as mudanças climáticas.
A plataforma Future Thinkers selecionou sete áreas de negócio nas quais o blockchain pode ser usado para causar impacto positivo no ESG.
Alguns exemplos são promissores. Ela pode ser usada na gestão da Cadeia de Suprimentos para rastrear os produtos desde a fabricação até a prateleira, contribuindo para evitar desperdício, ineficiência, fraude e práticas antiéticas, tornando o processo mais transparente. Na outra ponta, pode fazer com que os consumidores sejam mais bem informados sobre como cada produto para que façam escolhas mais sustentáveis.
Reciclagem e redes elétricas
O volume global de reciclagem de resíduos ainda é muito pequeno. De acordo com a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) apenas 9% dos 353 milhões de toneladas de resíduos plásticos do mundo foram reciclados em 2019. Com o uso de blockchain seria possível dar uma recompensa financeira na forma de um token criptográfico em troca da reciclagem de recipientes de plástico, latas ou garrafas. Além de fornecer dados mais confiáveis sobre o volume, custos e geração de receita permitindo avaliar o impacto em cada local.
Nas redes elétricas, a tecnologia pode descentralizar os sistemas, reduzindo a distância na transmissão e distribuição, consequentemente, as perdas ao longo do caminho. Outra área de aplicação é o monitoramento do cumprimento de tratados ambientais, o que dá mais transparência às informações relacionadas ao EGS, prevenindo fraudes. O mesmo se aplica ao rastreamento de contribuições para organizações sem fins lucrativos, de forma a garantir que sejam destinados às finalidades para as quais foram arrecadados. Desta forma melhorando a prestação de contas e a apresentação de resultados. Ainda ao possibilitar a transferência de recursos financeiros de forma direta pode beneficiar populações e países em que não há infraestrutura bancária.
Usado para rastrear a pegada de carbono de cada produto, o blockchain poderia ser a base para o cálculo de imposto pela geração de gases de efeito estufa. Com isto, um produto que gere muitos gases em sua produção teria que arcar com um custo extra, se tornando mais caro e incentivando o consumo de itens mais sustentáveis, além de estimular a reestruturação das cadeias de suprimentos por parte da indústria para que passem a seguir princípios ESG.
Por fim, a tecnologia pode tornar mais visível o impacto real das ações de cada pessoa ou negócio estimulando melhorias que beneficiem o meio ambiente. Ao rastrear de forma transparente dados, como a pegada de carbono de cada produto, as emissões de gases de efeito estufa ou resíduos de uma fábrica ou o nível de conformidade de uma empresa aos padrões ESG, o blockchain pode mudar radicalmente os motores da economia beneficiando todos nós e preservando o planeta para as futuras gerações.