Muita coisa mudou desde que a história da construção civil passou a ser escrita no Brasil, por volta de 1684, passando pelos manuscritos de Frei Bernardo de São Bento, que registraram a reforma do mosteiro no Rio de Janeiro (RJ). No país, a construção civil ganhou força no período colonial, desenvolveu-se com a criação de escolas voltadas para a Engenharia Civil, em 1810, com a chegada da Família Real portuguesa, e viveu o seu auge durante o governo de Getúlio Vargas, na década de 1940.
Roberto Faria Maffra, engenheiro de ML (Machine Learning, na sigla em inglês - Engenharia de Aprendizado de Máquina, em português), que obteve reconhecimento nacional na utilização da engenharia de ML na construção civil e agora detalha as características da aplicabilidade de ferramentas no setor, aborda que a nova etapa a ser explorada pela construção civil no Brasil e no mundo, é a utilização da engenharia de ML.
“Hoje, o engenheiro civil não precisa fazer todos os projetos em seu computador de forma manual, basta inserir as especificações. A partir daí, com base nos dados, o sistema de aprendizado de máquina cuidará do restante do processo de design”, explica.
Desta maneira, prossegue Maffra, o processo pode ser ainda mais rápido e eficiente, servindo, por exemplo, para projetar edifícios, estradas, túneis e outras estruturas. “E essa é uma grande parte da Engenharia Civil que pode ser agilizada trazendo bons resultados na execução do projeto”.
O engenheiro de ML destaca que a pesquisa, a construção e a implantação de projeto de sistemas de IA (Inteligência Artificial) auto-executáveis podem ser utilizados para automatizar modelos preditivos no âmbito da construção civil.
“Quando aplicada na construção, a engenharia de ML utiliza programas auto-executáveis de aprendizado de máquina que podem rastrear e avaliar o progresso da obra em um plano de classificação para identificar antecipadamente os riscos do cronograma”, detalha.
O especialista acrescenta que os algoritmos podem fazer levantamentos como medições de volume de corte e enchimento, tempo de atividade e inatividade da máquina, incluindo preocupações com segurança, escassez de mão de obra e excessos de custo e cronograma.
“Além do mais, os algoritmos também podem averiguar padrões climáticos, projetos anteriores ou qualquer número de entradas para gerar uma pontuação de risco e determinar se alguma notificação tem de ser feita”, complementa Maffra.
Construção Civil avança em 2022
A indústria da construção civil aumentou sua perspectiva de crescimento para 2022 em julho, passando de 2% para 3,5% - o mesmo patamar de 2015 -, de acordo com a Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção). No final de maio, o setor empregava 2,46 milhões de pessoas, conforme dados do Ministério do Trabalho.
Em entrevista publicada pela CNN Brasil, José Carlos Martins, presidente da CBIC, destacou que a expectativa se aproxima dos resultados alcançados em setembro de 2014, quando a construção civil empregava 3 milhões de trabalhadores. De abril a junho, o setor marcou o sétimo trimestre consecutivo de crescimento, feito inédito desde 1996, ainda segundo a entidade.