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Tecnologia brasileira de identificação criminal se destaca no cenário global
Software é o primeiro no mundo a receber certificação inédita do National Institute of Standards and Technology (NIST) e já está em uso no FBI e Pe...
28/09/2022 14h50
Por: Nathaly Guimarães Fonte: Agência Dino
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Levantamento do Instituto Sou da Paz apontou que apenas 37% dos homicídios no Brasil são resolvidos. A média mundial de elucidação é de 63%. O Brasil está abaixo mesmo da média das Américas, de 43%, e bem distante dos índices da Ásia (72%) e da Europa (92%). Mas enquanto o país amarga esse resultado, é no Brasil que nasceu e se desenvolveu a tecnologia mais avançada de identificação criminal do mundo.

A Griaule, multinacional brasileira que fornece tecnologia forense aprovadas pelo FBI e Pentágono, acaba de receber o mais alto reconhecimento no segmento de identificação de impressões digitais e palmares. A empresa é a primeira a obter do governo americano a certificação Evaluation of Latent Friction Ridge Technology - ELFT Ongoing, e está na liderança global no reconhecimento de latentes, isto é, fragmentos de impressões digitais e palmares, recolhidas em cenas de crimes ou outros eventos críticos. 

A chancela foi concedida pelo National Institute of Standards and Technology (NIST), órgão que realizou a avaliação. O NIST é a principal entidade na certificação de tecnologias biométricas no mundo. Os testes comprovaram a eficiência dos algoritmos desenvolvidos pela Griaule para realizar identificações de latentes em grandes bases de dados.

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Para João Weber, CEO da Griaule, a conquista dessa certificação é um dos marcos mais importantes nos 20 anos de história da empresa e consolida sua liderança no mercado global de tecnologia forense e criminal. “Somos a primeira empresa no mundo a ser testada e aprovada pela mais rígida e mais moderna avaliação com foco em tecnologia criminal do NIST. É o resultado de anos de pesquisa e de aprimoramentos constantes de nossa tecnologia”, ponderou.

A Griaule foi criada, em 2002, na incubadora de empresas de base tecnológica da Unicamp. Nessas duas décadas investiu pesadamente em P&D e foi reconhecida com o Prêmio Finep de Inovação Tecnológica. Abriu subsidiárias nos EUA, Portugal e México. Passou a fornecer soluções para as instituições mais exigentes do mundo em termos de segurança, como o Pentágono, para o qual forneceu solução de identificação de suspeitos de terrorismo no Iraque e no Afeganistão.

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No Brasil, o sistema da Griaule é usado, atualmente, pelas Secretarias de Segurança Pública dos estados de Santa Catarina, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul, realizando mais de 5.000 pesquisas criminais mensais.

O sistema foi utilizado, por exemplo, na investigação de casos de repercussão nacional, como a tentativa de sequestro de um helicóptero, no Rio de Janeiro, a fim de libertar presidiários do complexo penitenciário de Bangu. Também foi utilizado com sucesso na investigação do assalto a um banco em Criciúma (SC), quando R$125 milhões foram roubados. Graças a ajuda da tecnologia Griaule, 15 criminosos foram identificados através de impressões digitais.

Fernando Souza, diretor do Instituto Geral de Perícias de Santa Catarina, faz um balanço do uso da tecnologia: “Desde que entrou em operação no estado, fizemos muitos avanços. A ferramenta é muito precisa e tem um tempo de resposta muito rápido. É uma aliada também em casos arquivados, não solucionados. Estamos inserindo as latentes desses ‘cold cases’ na ferramenta e estão positivando. O sistema é extremamente eficiente e o estado de Santa Catarina está plenamente satisfeito com o serviço”, disse.

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A aplicabilidade do sistema é grande. Além da elucidação de crimes, pode ajudar na identificação de corpos em acidentes. Por exemplo, em Sapopema, no Paraná, um ônibus que transportava trabalhadores caiu em uma ribanceira, deixando 11 mortos e 20 feridos. Usando a tecnologia Griaule, foi possível identificar 10 dos 11 corpos de sete estados brasileiros diferentes em poucas horas.

Para a papiloscopista do Instituto de Identificação do Paraná, Juliana Zeidan, não basta automatizar o trabalho dos papiloscopistas. É preciso escolher bem a tecnologia. "Utilizávamos outro sistema AFIS no estado, mas não trazia os resultados que conseguimos com a Griaule. Revolucionou nosso trabalho no Instituto de Identificação. Estamos positivando casos que estavam parados desde 2013", comemorou.

Com 20 anos no mercado, a Griaule criou algoritmos de impressão digital, íris, palmar, neonatal e face, além de latentes. Com mais de 4 mil clientes, foi reconhecida pelo Financial Times como uma das 500 empresas que mais cresceu nas Américas em 2021.