Drones são aeronaves remotamente controladas, uma das tecnologias mais disruptivas e promissoras que vem ganhando popularidade nos últimos anos, segundo o Instituto de Tecnologia Aeronáutica Remotamente Controlada. Surgiram mais ostensivamente no início da década de 60 para fins militares. Hoje já existem dezenas de fabricantes pelo mundo, comercializando modelos de todo tipo, desde drones para lazer até drones para uso profissional e industrial, a maioria acessíveis para uso civil e comercial.
Com o amadurecimento do setor, empresas por todo o Brasil começam a enxergar o uso do drone já como uma necessidade, pois as vantagens são muitas, como diminuição de custos, aumento da produtividade, segurança, dentre outras. Entretanto, uma grande barreira enfrentada nos dias de hoje para o setor, é a falta de mão de obra qualificada, ou seja, pilotos de drones profissionais preparados para atender a demanda.
Abrangência e diversidade do setor de drones tem chamado atenção
O segmento de drones ou RPAS (Remotely Piloted Aircraft System), como são chamados tecnicamente, chamam a atenção pelo seu rápido crescimento e também pela diversidade de atuação. Pilotos de drones podem atuar em variadas áreas, desde filmagens de casamento, até setores industriais como inspeção, mapeamento ou no agronegócio.
Com o amadurecimento da tecnologia e da regulamentação, muitas empresas e setores industriais tem investido nos drones, o que reflete na demanda por pilotos profissionais, uma vez que o investimento nestas aeronaves não é tão baixo.
Cursos de capacitação tem chamado atenção com a possibilidade de iniciar uma carreira do zero, de forma relativamente rápida, pois os cursos de formação de pilotos de drones possuem um tempo de duração bastante curto, podendo ir de 30 a 90 dias, de acordo com o nível de especialização desejado.
Segundo Felipe Calixto, especialista da área e fundador do ITARC, uma escola de drones, existem cursos com 30 dias de duração, bem como cursos que podem durar até 6 meses, de acordo com a área e a formação escolhida.
Demanda crescente por pilotos e futuro promissor
Em pesquisas realizadas pela Drone Industry Insights, de 2019 a 2026 o mercado de drones irá praticamente dobrar de tamanho, indo de 20 para 40 bilhões de dólares, isso no cenário mundial. No Brasil indo de 0.6 bilhões de dólares para 1.4 bilhões em 2026, o que significa mais do que o dobro de crescimento.
Em se tratando de vagas de trabalho no Brasil, o Instituto de Tecnologia Aeronáutica Remotamente Controlada vem fazendo um acompanhamento trimestral criterioso pelo google desde 2019, apontando que naquele ano, houve ofertas de 100 a 200 empregos formais no setor e mais de 100 empresas foram criadas, segundo contagem deste Instituto. Em 2020 e 2021, a média de oferta de empregos anuais se mantiveram na faixa de 300 a 400 vagas. No corrente ano, 2022, a criação de novas empresas teve uma desaceleração, e segundo o ITARC, este fato denota amadurecimento do setor, e com isso, mais empresas contratando profissionais. Desde o início deste ano, já surgiram mais vagas do que em todo o ano de 2021 (de 500 a 600 vagas formais).
Perfil do piloto profissional de drones
A ANAC (Agência Nacional da Aviação Civil) é o órgão responsável por cadastrar e regular os pilotos de drones. Esta mesma agência publicou as regras para se operar comercialmente drones em maio de 2017, porém o processo é bastante simples e não exige prova de conhecimentos ou habilidades.
Entretanto, segundo explica Felipe Calixto, o mercado está realizando sua própria seleção natural, pois as empresas que estão em busca de pilotos de drones profissionais, começam a solicitar ou mesmo exigir as melhores qualificações do mercado, ou seja, algumas empresas só contratam pilotos que tenham realizado cursos de excelência. “Algumas vezes, algumas empresas determinam aos seus candidatos que os mesmos apresentem certificados de cursos com considerável carga horária e ainda com nota de avaliação em prova prática de voo.”
É importante ressaltar que alguns segmentos de mercado possuem atividades mais sensíveis e até mesmo de risco, como certas inspeções industriais, monitoramento, patrulhamento, então, uma qualificação criteriosa, que objetiva realmente capacitar um piloto profissional a pilotar um drone faz total diferença para estas contratações.
Salário de um Piloto Profissional de Drones
Os salários podem variar bastante, até mesmo porque existe a possibilidade de se entrar no mercado como empreendedor do seu próprio negócio e atender as empresas como terceirizado, ao invés de se tornar um funcionário/colaborador e possuir carteira assinada.
Segundo Felipe Calixto, os valores pagos como salário, pelas últimas 3 empresas que solicitaram pilotos para processos seletivos, isso no segundo semestre de 2022, eram em ordem crescente de R$ 3.800,00 (três mil e oitocentos reais), para piloto de drone que iria trabalhar embarcado em escala de 14/14, ou seja, 14 dias embarcados e 14 dias em casa, R$ 4.800,00 (quatro mil e oitocentos reais), para piloto de drone que iria realizar voos em produções agrícolas afim de coletar imagens dos plantios e R$ 8.000,00 (oito mil reais) para piloto de drone que iria trabalhar para mineradoras realizando coleta de imagens de barragens.
Poucos Pilotos Profissionais no Mercado de Drones
Nos registros da ANAC, até o mês de outubro de 2022, o número de pilotos cadastrados chega a 103.000, entretanto, mais de 50% são para fins recreativos, dos restantes que foram cadastrados para fins profissionais, pouco mais de 10% buscou se aprofundar nos conhecimentos acerca do tema, onde segundo o ITARC, e outras empresas que contratam pilotos de drone, menos de 1% se qualificou realizando algum curso que lhe preparasse para o mercado profissional. Desta forma, entende-se que menos de 1000 (mil) pilotos em todo o território nacional está preparado para encarar os desafios de uma atividade profissional como operador de drone, o que de fato parece uma grande oportunidade de mercado para quem almeja entrar para o segmento.