Estimativas da IoT Analytics, consultoria que atua na área de Internet of Things (IoT na sigla em inglês, ou Internet das Coisas) dão conta de que até 2025 haverá, em todo mundo, cerca de 27 bilhões de dispositivos conectados à rede mundial de computadores. Até o final deste ano, a expectativa é que o número de novos dispositivos aumente 18%, chegando a 14 bilhões de dispositivos.
De acordo com a IoT Analytics, o crescimento nessa área neste ano poderia ser maior se não fosse a crise de suprimentos, como a falta de chips eletrônicos, que impactaram o mercado mundial. A pandemia da Covid-19, lockdowns na China e a guerra entre Rússia e Ucrânia foram alguns dos fatores que afetaram o setor.
Ainda assim, acredita-se que o mercado voltado para Machine to Machine (M2M) e Internet das Coisas só tende a crescer, especialmente com a chegada do 5G na indústria. Com 20 anos de experiência na área comercial e de negócios em Telecomunicações, Wagner Henrique Pimentel de Lima, explica que a IoT já passou de uma tecnologia futurística para se tornar uma solução cotidiana, que promove ganhos de produtividade e, por isso, vem recebendo cada mais investimentos no âmbito corporativo.
E ainda que a pandemia da Covid-19 tenha dificultado o acesso a chips necessários para o funcionamento de dispositivos, a crise sanitária acabou impulsionando a transformação digital de muitas empresas para atender aos desafios impostos pelo combate à doença. “A massiva transformação digital durante a pandemia e o aumento no uso de equipamentos de IoT como solução nesse período conturbado foram fatores que impulsionaram a tecnologia”, comenta.
Mas afinal, para que serve a Internet das Coisas?
A IoT nada mais é do que uma tecnologia que possibilita a produção de objetos conectados à internet, que transferem dados e se conectam entre si. Um exemplo prático são os aparelhos de televisão conhecidos como “smart”, em que é possível acessar canais da internet, como YouTube ou canais que transmitem filmes on-line. Em uma linha de produção, a tecnologia permite a conexão entre máquinas e é uma importante aliada da automação.
Wagner Lima, que ao longo de 11 anos atuou com o produto M2M, que é a base da sofisticada conectividade de dispositivos existentes hoje, acredita que a tecnologia usada pelos dispositivos IoT, que nada mais é que uma evolução do M2M, está consolidada e já é capaz de assumir tarefas que exijam mais do que a simples repetição. “Em síntese, a IoT traz mais inteligência a todo e qualquer processo no qual pode ser aplicada, geralmente refletindo em redução de custos, mais produtividade e melhor visibilidade na gestão remota. Em outras palavras, seus usos são praticamente ilimitados e ainda são adaptáveis a diferentes modelos de negócio”, atesta.
Ele pontua que a utilização de dispositivos conectados abre um “mundo de possibilidades” para quem busca inovação. “Também é evidente que, assim como a conectividade é a base de diversas ferramentas tecnológicas, a Internet das Coisas é também fundamental e, por meio dela, é possível o desenvolvimento de soluções específicas e setorizadas e a implementação de outras tendências, como a Inteligência Artificial (AI)”, acrescenta.
O profissional esclarece ainda que que essa tecnologia permite dar atenção aos detalhes, em que a partir dos dados gerados por cada um dos seus dispositivos, tornam-se visíveis pontos de melhoria que podem trazer mais eficiência a uma linha de produção, otimizar trajetos ou até mesmo aprimorar o atendimento ao cliente.
“A Internet das Coisas já é uma realidade, tanto na vida pessoal de todos nós, quanto na vida profissional, uma vez que ela é usada em muitas áreas”, diz, acrescentando que ainda há muito o que avançar. “Em M2M iniciamos em 2G, alguns anos depois passamos por 3G e hoje estamos na era do 4G, mas no futuro próximo teremos muito mais dispositivos de Internet das Coisas espalhados graças ao 5G, que será a tecnologia móvel muito presente nos próximos anos e as melhorias em termos de qualidade, confiabilidade e estabilidade nos dispositivos IoT nos farão ter mais possibilidades de ter um mundo mais conectado”, conclui.