Quem ainda não visitou a exposição 200 Anos de Cidadania: o Povo e o Parlamento, tem até a próxima quinta-feira, dia 1º de dezembro para ver de perto um pouco da história da construção da cidadania do país. A exposição foi organizada pelo Museu do Senado e pelo Centro Cultural da Câmara dos Deputados como uma das celebrações do Bicentenário da Independência.
Inaugurada em 8 de setembro com a presença de várias autoridades nacionais e estrangeiras, a exposição analisa a Independência brasileira a partir da revisão do processo de conquista da cidadania no país. Esse tour histórico teve dois focos centrais – as manifestações populares e a maneira como elas repercutiram no Poder Legislativo ao longo do tempo.
Para isso, os direitos da cidadania foram divididos em quatro grupos: os direitos civis e políticos; os direitos sociais; os direitos étnico-raciais; e os direitos de segmentos vulneráveis, em especial das crianças e adolescentes, dos idosos, das pessoas com deficiência (PcDs) e da população LGBTIQIA+.
Os quatro conjuntos de direitos seguem uma sequência cronológica. O início da narrativa começa com a conquista da liberdade de ir e vir e a possibilidade de ter alguma participação política. Em seguida, a exposição apresenta uma série de conquistas sociais, como a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), de 1943. Até a Constituição de 1988, os direitos étnico-raciais evoluíram modestamente, foi a Carta Cidadã que conferiu, por exemplo, dignidade básica a negros e indígenas. Ela também foi um marco para a afirmação dos direitos abordados no quarto módulo. A diretora-geral do Senado, Ilana Trombka, acredita que este bicentenário é o da inclusão.
— Estamos recontando a história da Independência do Brasil com a participação de indígenas, mulheres, de negros e de negras, inclusive refletindo sobre o país a que chegamos a partir do projeto de nação escolhido há 200 anos— ressalta.
Uma marca da exposição é a substituição da leitura tradicional do processo de emancipação, sintetizado no Grito do Ipiranga e no mito de uma independência proclamada solitariamente por um príncipe, por uma visão mais complexa da história. Ela deixa claro que a independência e a conquista da cidadania foram fruto de muitas batalhas populares, várias delas bastante violentas.
— Com a exposição lançamos um olhar novo sobre a relação entre a população e o Parlamento ao longo dos últimos 200 anos, mostrando como o Legislativo reagiu quando a população se manifestou e como determinadas leis impactaram a sociedade, no processo de construção da cidadania — resume o coordenador do Museu do Senado, Alan Silva.
Depoimentos de historiadores e de porta-vozes dos movimentos negro, indígena, LGBTIQIA+ e das PcDs, gravados em vídeos produzidos sob a direção do cineasta e servidor do Senado, Ricardo Movits, fazem parte desse eixo temático e ajudam a desenvolver a narrativa.Também foram colocadas à disposição do público réplicas perfeitas das sete Constituições que o Brasil teve. Os visitantes também podem testar seus conhecimentos sobre a Independência brincando com um game desenvolvido pela equipe do Plenarinho, da Câmara dos Deputados.
A exposição 200 Anos de Cidadania: o Povo e o Parlamento estará aberta à visitação até sexta-feira (2), no Salão Negro do Congresso Nacional. Os horários de funcionamento são: das 9 às 12h e das 13h às 18h, nos dias de semana; e das 9h às 17h nos finais de semana.
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