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Comissão aprova 3 de novembro como o Dia Nacional da Saúde Única

O dia 3 de novembro poderá ser definido como o Dia Nacional da Saúde Única. É o que estabelece projeto aprovado pela Comissão de Educação (CE), nes...

01/12/2022 às 15h30
Por: Nathaly Guimarães Fonte: Agência Senado
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Paulo Paim é o relator do projeto - Pedro França/Agência Senado
Paulo Paim é o relator do projeto - Pedro França/Agência Senado

O dia 3 de novembro poderá ser definido como o Dia Nacional da Saúde Única. É o que estabelece projeto aprovado pela Comissão de Educação (CE), nesta quinta-feira (1º), de autoria do senador Flávio Arns (Podemos-PR). O texto, relatado pelo senador Paulo Paim (PT-RS), segue para votação na Câmara dos Deputados, caso não seja apresentado recurso para análise no Plenário do Senado. 

Pelo PL 1.837/2021, a data comemorativa deverá estimular a realização de ações para conscientização da sociedade sobre a relação entre as saúdes animal, humana e ambiental. De acordo com Arns, a Organização Mundial de Saúde Animal estima que 60% de todas as doenças que afetam os humanos são zoonoses, ou seja, doenças infectocontagiosas transmitidas pelos animais.

“Muitas doenças podem ser melhor prevenidas e combatidas por meio da atuação integrada entre a medicina veterinária, a medicina humana e outros profissionais de saúde. A saúde única é uma abordagem que considera como humanos e animais interagem ecologicamente em um ambiente, onde qualquer alteração nestas relações provocará desequilíbrios e, consequentemente, a propagação de doenças”, afirma Arns na justificação do projeto”. 

Interconexão

Para Paim, essa abordagem da saúde é multidisciplinar e pode ajudar a humanidade em ameaças futuras, evitando novas pandemias, por exemplo. Ele argumentou que o conceito de saúde única ainda é pouco conhecido, inclusive nos meios especializados. Ele explicou que se trata de uma abordagem única e integrada da saúde humana, animal e ambiental, reconhecendo suas profundas interconexões e dependências mútuas.

No entanto, o relator argumentou que a medicina humana e a medicina veterinária, além de outras áreas importantes como as da ecologia e agronomia, costumam seguir trajetórias independentes, sem uma comunicação relevante entre elas.

— Somente nos últimos anos é que se observou um esforço de aproximação e diálogo entre essas áreas. É justamente o conceito de saúde única, correspondente ao inglês “one health”, a pedra angular para buscarmos superar uma visão estanque e compartimentalizada, promovendo a abordagem multidisciplinar e abrangente das questões relacionadas à saúde e ao equilíbrio ambiental — salientou. 

Paim dá como exemplo o surto da varíola dos macacos, segundo ele mais uma doença que tem origem em um vírus vindo de animais, como provavelmente a própria covid-19.

— Entender como os patógenos das zoonoses se comportam em seu ambiente natural ou modificado e como se disseminam entre os seres humanos, resultando por vezes em endemias que se estendem por longos períodos sem alcançar áreas mais amplas, é apenas uma das noções básicas da abordagem da saúde única, por meio das quais pode-se evitar a propagação de doenças extremamente nocivas para os seres humanos — acrescentou. 

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