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Reconhecimento de Carmen Portinho como patrona do urbanismo no Brasil aguarda sanção
Aprovado no Senado e na Câmara dos Deputados, segue para sanção presidencial o projeto que declara a engenheira e urbanista Carmen Velasco Portinho...
01/12/2022 17h40
Por: Nathaly Guimarães Fonte: Agência Senado
Carmen Velasco Portinho tornou-se a primeira mulher a receber o título de urbanista no Brasil. A proposta é de autoria do senador e sobrinho-neto da engenheira, Carlos Portinho - Arquivo Nacional

Aprovado no Senado e na Câmara dos Deputados, segue para sanção presidencial o projeto que declara a engenheira e urbanista Carmen Velasco Portinho (1903-2001) patrona do urbanismo no Brasil. PL 1.679/2022 é do senador Carlos Portinho (PL-RJ), sobrinho-neto de Carmen; a tramitação do projeto nas duas Casas destacou o papel da homenageada no movimento de emancipação das mulheres.

O Senado aprovou o texto em 10 de agosto, na forma do relatório de Eliziane Gama (Cidadania-MA). Na ocasião, Portinho salientou a importância de Carmen entre as mulheres que lutaram pelo direito ao voto e seu posicionamento na sociedade entre homens. Por sua vez, Eliziane enalteceu a “ousadia” da líder sufragista em todas as atividades que exerceu.

Na vanguarda da profissão, como uma das três primeiras mulheres a se formarem engenheiras no Brasil, ela abria espaço em um campo de estudo com domínio inteiramente masculino. A engenheira e urbanista — título promulgado pela Universidade do Distrito Federal [hoje Uerj] — apresenta o “anteprojeto para a futura capital do Brasil, no Planalto Central” —, disse a senadora.

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A deputada Soraya Santos (PL-RJ), relatora da proposta na Câmara — que a aprovou em 30 de novembro, sem alterações —, sublinhou o apoio do Instituto de Arquitetos do Brasil, do Conselho de Arquitetura e Urbanismo e de outras instituições de arquitetos e engenheiros do Rio de Janeiro, e definiu a homenagem como um símbolo de que as mulheres podem alcançar qualquer posição. Carlos Portinho acompanhou a votação na Câmara.

Carmen Portinho nasceu em Corumbá (MS), em 26 de janeiro de 1903, e formou-se em engenharia civil em 1925, na Escola Politécnica da antiga Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em 1939, tornou-se a primeira mulher a obter o título de urbanista no país.

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Após formar-se engenheira, Carmen ingressou no quadro técnico da Diretoria de Obras e Viação da Prefeitura do então Distrito Federal. Por ser mulher, foi desacreditada e impelida a vistoriar um para-raios, instalado no alto de um edifício no Rio de Janeiro, diz Carlos Portinho na justificativa do projeto.

Em 1936, Carmen Portinho iniciou sua pós-graduação no curso de urbanismo e arquitetura da Universidade do Distrito Federal. Concluiu o curso em 1939, defendendo sua tese sobre o plano da futura capital do Brasil, obtendo então o título de urbanista.

A profissional também foi uma das fundadoras da Revista da Diretoria de Engenharia (posteriormente, Revista Municipal de Engenharia), cuja primeira edição foi publicada em julho de 1932.

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Carmen Portinho faleceu no dia 25 de julho de 2001, aos 98 anos, no Rio de Janeiro.

Com informações da Agência Câmara