Apenas 5% das empresas acreditam fazer bom uso da inteligência de dados em seus negócios, segundo o levantamento “Tendências em Tecnologia”, realizado pela TOTVS, em parceria com a H2R Pesquisas Avançadas. No entanto, companhias cujas estratégias são orientadas por dados possuem 162% mais chances de alcançar suas metas de receita do que aquelas que não aplicam a inteligência de dados, de acordo com um estudo da Forrester Consulting publicado em 2021. A ciência de dados pode ser inserida em todos os ramos, inclusive como aliada na área da saúde -, reconhecida como direito inalienável de toda e qualquer pessoa.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) classifica a inteligência artificial (IA) como uma grande promessa para melhorar a prestação de atenção à saúde e medicamentos em todo o mundo. Entre as possíveis vantagens, a organização aponta que os dados podem ser usados para melhorar a velocidade e a precisão do diagnóstico e da triagem de doenças; para auxiliar no atendimento clínico; fortalecer a pesquisa em saúde e o desenvolvimento de medicamentos; e apoiar diversas intervenções de saúde pública, como vigilância de doenças, resposta a surtos e gestão de sistemas de saúde.
Os benefícios constam no relatório “Ethics and governance of artificial intelligence for health”, de 2021. E, para tanto, a aplicação da coleta de dados requer lidar com um grande volume de informações desde a organização até a interpretação e análise. Tais possibilidades contrastam com a realidade brasileira onde apenas 6,3% dos 120 mil estabelecimentos de saúde do país utilizam análise de Big Data, segundo levantamento da pesquisa “TIC Saúde 2022”.
Conduzida pelo Cetic.br (Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação), a pesquisa TIC Saúde aponta que, dentre os estabelecimentos que estão realizando análise de Big Data, a principal fonte dos dados são provenientes de fichas cadastrais, formulários e prontuários (76%) e de dispositivos inteligentes e sensores (74%). Além desses, dados a partir de mídias sociais (56%) e dados de geolocalização oriundos do uso de dispositivos portáteis (55%) também são gerados.
“Dados bem trabalhados geram inteligência competitiva, valor e lucro”, aponta William Chung, especialista de Insights & Analytics da Azos. Foi a partir da calculadora desenvolvida através da inteligência de dados que ele identificou, por exemplo, que o Rio Grande do Sul, Bahia e Paraná foram os estados com as maiores taxas de mortalidade por câncer de próstata em 2021.
A informação foi obtida extraindo dados abertos do governo federal, mas foi preciso sobrepor filtros e recortes para medir em detalhes o impacto da doença no país. “Assim como o petróleo, em sua forma bruta, os dados têm pouco valor. Porém, ao serem trabalhados, trazem percepções e direções para a tomada de decisão que fazem toda a diferença na precificação dos produtos, na oferta e na forma como são vendidos”, afirma Chung.
Como captar dados?
Seja qual for o setor de atuação, para adotar a inteligência de dados, o primeiro passo é identificar a questão ou problema que se quer resolver e/ou investigar, ensina o especialista. A etapa seguinte consiste em “mapear todos os dados e informações disponíveis acerca daquele tema e selecionar as fontes-chaves que você vai trabalhar em cima”, prossegue.
A partir da obtenção dos dados brutos, cabe ao analista interligar as informações e traduzi-las para que sejam assimiladas pelo usuário final. “Programas computacionais com o Pyhton ou o R são usados para fazer o processamento dos dados”, diz Chung. Outras ferramentas incluem Microsoft Power Bi e Google Data Studio.
Com todas as informações acessíveis, por fim, é possível criar painéis visuais e interativos como os dashboards. Desta forma, as informações e métricas são apresentadas em forma de gráficos, tabelas e imagens, contribuindo para a tomada de decisão da empresa em questão.
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