Hiran Gonçalves (PP) chega ao Senado defendendo temas como a saúde e a agricultura e cobrando mais equilíbrio entre os poderes. Ele nasceu em Tefé, no Amazonas, mas se estabeleceu em Roraima, estado onde vive há mais de 40 anos. Médico, professor universitário, duas vezes deputado federal, 65 anos, casado, cinco filhos e dois netos, Hiran foi eleito senador por Roraima nas últimas eleições com quase 119 mil votos – número que corresponde a pouco mais de 46% dos votos do estado.
Em entrevista à TV Senado, no programa Senado Notícias Especial, ele contou que a decisão para entrar para a política se deu de forma tardia, aos 50 anos. A ligação com a medicina, no entanto, permanece. Hiran Gonçalves relata que é dono de uma clínica e ainda atua como cirurgião oftalmológico. Para o novo senador, a relação entre a política e a medicina é uma ajuda no trato de temas sensíveis.
Na Câmara, ao longo de seus dois mandatos, foi presidente da Comissão de Seguridade Social e Família e liderou a Frente Parlamentar da Medicina, além de apresentar variados projetos. Ele disse que a experiência como deputado vai ajudar em seu trabalho no Senado, onde espera integrar a Comissão de Assuntos Sociais (CAS).
— Vamos continuar trabalhando pela infraestrutura e fomentar o agronegócio e a agricultura familiar, que são atividades muito importantes para o nosso estado. O meu compromisso com a saúde, com a medicina e com as boas práticas é o meu compromisso de vida. Acho que é por isso que eu estou aqui — declarou Hiran, em entrevista à TV Senado.
O novo senador reconheceu a importância da interiorização dos médicos no país. Ele disse que o programa Mais Médicos foi muito "ideologizado" e defendeu o Revalida, prova aplicada por universidades para atestar a validade de diplomas estrangeiros de medicina. Para Hiran, essa avaliação é importante como forma de garantir um serviço de qualidade à população. Durante a gestão do presidente Jair Bolsonaro, o programa foi modificado e recebeu o nome de Médicos pelo Brasil.
Para Hiran Gonçalves, uma avaliação dos cursos de medicina é essencial, pois existem mais de 350 faculdades de medicinas no país e “algumas são muito ruins”. Ele disse que quando “começarmos a fechar cursos que não prestam”, as faculdades terão mais preocupação em melhorar a estrutura e o corpo docente.
— A nossa formação médica precisa ser aperfeiçoada, pois muitos lugares estão lançando médicos pouco preparados — apontou.
Na visão de Hiran Gonçalves, a maioria dos políticos está comprometida com bons propósitos. Ele lamenta, porém, a chamada “demonização” da política e o destaque que é dado para os escândalos. O senador reconhece a importância da imprensa, mas pede mais atenção aos “bons projetos”. De acordo com Hiran, temas como saúde e atenção com a população mais carente devem ser prioridades dentro do Legislativo.
— A gente perde muito tempo com briga que não leva a lugar nenhum. Nada acontece em nosso país se não passar por essas duas casas [Câmara e Senado]. O Congresso precisa estar sintonizado com os anseios da população brasileira e está — afirmou.
Segundo o novo senador, o país também precisa dar atenção à questão dos venezuelanos que entram no Brasil por meio do estado de Roraima. Hiran Gonçalves ainda pediu mais equilíbrio entre os Poderes e disse que é preciso trabalhar para que Executivo, Legislativo e Judiciário sejam harmônicos e simétricos.
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