Prevista na Constituição, mas nunca regulamentada, a taxação de grandes fortunas conta com significativo apoio popular. Pesquisa do instituto DataSenado revela que 62% dos brasileiros concordam com a criação de um imposto específico para os mais ricos do país.
Segundo o levantamento Panorama Político 2023, 34% desaprovam a taxação de grandes fortunas. Cerca de 5% dos entrevistados não sabiam ou não responderam.
Mas o que caracterizaria uma grande fortuna? Apesar de o tema ter movimentado os debates durante o período eleitoral, há uma grande divisão entre os brasileiros sobre qual faixa patrimonial seria considerada “fortuna”, e, portanto, estaria sujeita a taxação.
— Algumas constatações da pesquisa refletem que ao longo do meu mandato venho defendendo bandeiras aprovadas pela maioria dos entrevistados. Por exemplo, o estudo mostra que 62% dos brasileiros são favoráveis à taxação de grandes fortunas como defendo na proposta que apresentei (PLP 50/2020) — apontou a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), ao comentar a pesquisa.
O projeto da senadora aguarda a escolha de relator na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
Enquanto se discute a taxação ou não dos mais afortunados, a maior parte da população segue mergulhada em dívidas conforme a pesquisa do DataSenado. Segundo o levantamento, 68% dos brasileiros afirmam não estar conseguindo poupar dinheiro para emergências e necessidades, o que indica que as famílias consomem toda a sua renda, inclusive com o pagamento de dívidas.
Para compreender melhor as preocupações e efeitos da situação financeira das pessoas em suas opiniões políticas e sociais, o DataSenado investigou ainda a capacidade dos brasileiros de arcar com suas dívidas e constatou que mais de um terço da população não está conseguindo honrar seus compromissos.
De acordo com a pesquisa, 37% da população (61,6 milhões) possui dívidas em atraso há mais de 90 dias. O dado se aproxima do número de inadimplentes registrado no cadastro do Serasa em outubro de 2022: 69 milhões de pessoas.