Os incentivos fiscais para empresas na área da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) não têm conseguido alavancar o crescimento dos estados da Região Amazônica, que continuam com alguns dos piores indicadores sociais do país. O diagnóstico foi feito em Plenário, nesta terça-feira (4), pelo senador Confúcio Moura (MDB-RO). O parlamentar sugeriu reformar ou extinguir a Sudam e substituí-la por uma Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária] focada na biodiversidade da Amazônia. — Essa Sudam podia virar essa Embrapa. Podia virar. Precisamos pesquisar a intimidade da Floresta Amazônica, da sua biodiversidade plena. Isso tudo precisa de pesquisa científica, de pesquisadores bem pagos, com [estrutura de] carreira definida, com cobrança de resultados, com laboratórios organizados. Não é possível que dois terços do Brasil, que é a Amazônia hoje, não possam produzir riqueza. E lá estão os maiores indicadores de pobreza do Brasil. Isso é muito triste — avaliou Confúcio. Para o senador, a política de incentivos fiscais da Sudam tem servido apenas para reduzir os custos operacionais de grandes empresas. Mas não foram suficientes para alavancar o desenvolvimento nos estados da Região Norte. Já em relação ao órgão, Confúcio Moura considera que a agência precisa de uma mudança profunda ou mesmo ser extinta. — Se a agência não está cumprindo os seus objetivos originais, se nada tem a fazer para frente, pois não tem recursos para a promoção de desenvolvimento nos estados, dois caminhos podem ser tomados: ou ser reformada ou ser extinta. Às vezes é até melhor extinguir o órgão, porque ele já deu o que tinha que dar e já não tem mais nada a oferecer para o desenvolvimento regional — defendeu. Durante o pronunciamento, o senador disse que não ainda não tem uma solução pronta para o desenvolvimento da região amazônica e pediu sugestões aos cidadãos: — Quem estiver ouvindo Brasil afora, especialmente da Amazônia, e puder me ajudar a levar algumas sugestões transformadoras dessas superintendências, eu aceito. É só ligar para o meu gabinete no Senado Federal, enviar suas ideias, telefonar, mandar e-mail e contribuir comigo, porque não sou dono da verdade. Eu preciso de ideias. Se não houver ideia nenhuma, é melhor fechar.